O projeto, que tem como objetivo promover a Educação Ambiental, permitindo que discussões, conhecimentos e teorias sobre o ambiente ultrapassem a sala de aula e se concretizem em ações práticas a serem incorporadas no cotidiano, iniciou, neste mês de março, a construção de uma composteira com o alunos dos sextos anos do Colégio de Aplicação João XXIII. Com a iniciativa,os alunos vão aprender a dar um destino mais sustentável ao lixo orgânico através da compostagem, um processo natural no qual os microorganismos são responsáveis pela degradação de matéria orgânica, transformando-a em húmus, um material muito rico em nutrientes e fértil. Além de permitir o estudo de características específicas deste tipo de solo, o húmus será utilizado em ações futuras de plantação de vegetais pelos próprios alunos.
Antes da prática, os alunos receberam orientações sobre o processo de construção da composteira, aprenderam sobre seres decompositores e reaproveitamento de matéria orgânica. Segundo a professora de Ciências Marcia Hara, coordenadora do projeto, a iniciativa é importante para educação ambiental, evitando o acúmulo de lixo. “Os alunos irão obter conhecimento para reproduzir a composteira em casa. A atividade irá auxiliá-los a entender o processo de decomposição dos materiais, formando pessoas mais conscientes”.
A prática obteve o engajamento de todos os envolvidos, que demonstraram interesse pela atividade, sendo proveitosa e divertida. Como em relato da aluna Gabriela Dornelas : “Eu prefiro aulas como essa em que todo mundo aprende junto. Nunca pensei que cascas de frutas e legumes poderiam ajudar a natureza e às minhocas. Quando a gente mexe e vê, é mais fácil de entender”.
A construção da composteira contou com a participação das bolsistas de graduação da UFJF, Nicolle Rocha e Mariana Ferraz, e também permitiu desdobramentos bastante proveitosos em reunião com os pais dos alunos. Na primeira reunião do projeto, realizada em 25 de Março , os pais debateram temas como consumismo e a necessidade de construção de uma cultura de sustentabilidade, na qual os direitos humanos, o empoderamento dos indivíduos, a segurança alimentar e diversos outros aspectos dialoguem constantemente para garantir o equilíbrio entre a exploração dos recursos e o bem estar das pessoas.
Benefícios da composteira
De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, mais da metade de todo o lixo que produzimos em casa é orgânico, ou seja, mais da metade do resíduo que produzimos é formado por cascas de frutas, verduras e outros rejeitos alimentares, como a borra de café, sachês de chá, casca de banana, cascas de mandioca, entre outros.
Todo esse resíduo, quando descartado em aterros e lixões, junto com materiais tóxicos como pilhas e remédios, acabam produzindo efluentes que contaminam solos, lençóis freáticos e a atmosfera, agravando a qualidade de vida. Além de ocuparem uma grande quantidade de espaços, os resíduos sem tratamento acabam produzindo gás metano, que é cerca de 25 vezes mais prejudicial para o efeito estufa do que o gás carbônico.
Se todo o resíduo orgânico que é produzido no Brasil fosse tratado com compostagem, seria possível evitar emissões de gás metano, produzir cerca de 37,5 toneladas de húmus por ano, reduzir os espaços ocupados em aterros e lixões e também a poluição de solos, lençóis freáticos e da atmosfera.