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Avaliação de células do epitélio bucal

Logomarcas da UFJF, Colégio de Aplicação João 23 e Grupo de Estudos e Pesquisas CiensinarDepartamento de Ciências Naturais
Programa Ciensinar/ Apoio: Pró-reitoria de Extensão UFJF – 2019

 

Material:

● 1 Lâmina;
● 1 Lamínula;
● Papel toalha;
● Álcool 70% (também serve o comercial, mais fraco);
● Cotonete ou espátula;
● Água (pode ser da torneira – se tiver uma pisseta ou pipeta pasteur melhor ainda);
● Azul de metileno (ou violeta genciana – dá melhores resultados!);
● Microscópio.

Procedimentos e perguntas:

1 – Limpar lâmina e lamínula com papel toalha e álcool, deixando secar bem e cuidando para que não haja nenhum fiapo;
2 – Observar a coleta de células da parte interna na bochecha com o cotonete ou espátula, a partir de raspagem firme, conforme a imagem;

Raspagem do interior da bochecha com cotonete por 1min, a fim de se extrair células do epitélio bucal
3 – Observar a passagem do cotonete numa pequena área da lâmina (esfregaço), e em seguida, sua fixação por 2 minutos coberta em álcool 70%;
4 – Retirar a lâmina e escorrer o excesso de líquido em papel toalha;
5 – Pingar uma gota de azul de metileno (ou violeta) sobre o local onde foi feito o esfregaço. Aguardar 2 minutos e lavar levemente tomando o cuidado de não deixar a água cair diretamente na região do esfregaço;
6 – Cobrir a região corada com lamínula cuidadosamente para não formar bolhas;
7 – Remover o excesso de líquido e observar ao microscópio.

Agora, desenhe o que foi possível observar. Caso sua lâmina não tenha apresentado células, desenhe o que viu na lâmina de outro colega. Aponte se conseguiu identificar alguma estrutura da célula.

 

Responda às questões abaixo:

 

a) Qual deve ser a função das células que você acabou de observar?

b) Qual deve ser o papel do álcool e do azul de metileno? Como seria a sua lâmina se esses materiais não tivessem sido utilizados?

c) Deu algo errado na experiência? Se sim, o quê?

 

ORIENTAÇÕES PARA O(A) PROFESSOR(A):

Este material foi adaptado e aplicado em turmas do 7º ano do Ensino Fundamental, embora seja possível adaptá-lo e aplicá-lo a outros contextos.

Como é uma atividade que envolve o uso de microscópio, ou seja, um equipamento relativamente caro, recomenda-se que os alunos tenham sido previamente instruídos a manipulá-lo, reduzindo os riscos de acidentes durante a aula.

Embora essa atividade constitua risco biológico baixo, similar ao de qualquer compartilhamento de objetos que cotidianamente tenham contato com a via oral, e ínfimo risco de contaminação com agentes patogênicos a partir de um beijo na boca, por exemplo, acreditamos que como essa prática envolve o uso de tecidos humanos, algumas precauções devem ser tomadas. Não localizamos nenhuma instrução normativa com força de lei que nos orientasse expressamente em relação à conduta envolvendo manipulação de saliva e tecido epitelial humano, mas os Parâmetros Curriculares Nacionais trazem algumas recomendações, como segue:

“Não devem ser realizados, sob qualquer hipótese ou justificativa, experimentos ou demonstrações que envolvam a manipulação de sangue humano, tal como tipagem sanguínea e confecção de esfregaços para observação microscópica. Atividades de observação microscópica que envolvam tecidos humanos devem ser realizadas apenas com material devidamente fixado, em lâminas previamente preparadas.” (PCN ciências 3º e 4º ciclos, 1998, p.125)

Entendemos que o estabelecimento dessa instrução está relacionada ao risco biológico que envolve a manipulação de tecidos humanos, que faz total sentido quando se fala em manipulação de tecido sanguíneo fresco, por exemplo, mas que constitui risco extremamente reduzido em se tratando de tecido epitelial humano. De qualquer modo, orientamos que o grupo de professores ligados a essa atividade analise cuidadosamente as instruções e decida sobre a melhor maneira de apresentar a prática para o grupo de alunos. Uma sugestão seria que a coleta das células fosse feita previamente pelo próprio professor, procedendo a fixação, e permitindo que os alunos trabalhassem a etapa de coloração, por exemplo, na qual quaisquer mínimos riscos biológicos de contaminação pelo tecido já foram eliminados, e considerando que a violeta genciana não oferece grandes riscos de intoxicação em caso de contato acidental com a pele.

Oriente seus alunos a prestarem atenção ao aproximarem a platina do microscópio às lentes objetivas, atentando-se para não encostarem a lâmina nas objetivas e não correrem o risco de quebrá-la ou arranharem/sujarem as lentes. Caso opte por apresentar o processo de fixação do esfregaço em álcool, oriente sobre a importância de se marcar o lado da lâmina no qual estão as células, caso contrário a coloração pode ser feita do lado errado e a visualização das célulasficará comprometida.

Caso haja recurso disponível, é interessante deixar uma lâmina exposta para referência, acoplando um microscópio óptico a uma televisão para que os alunos saibam o que procurar quando forem observar suas lâminas. Outras opções seriam apresentar imagens prontas obtidas na internet antes ou durante a aula (em Datashow ou fotografia).

Atente-se ao descarte correto do material utilizado. As lâminas prontas podem ser guardadas por algum tempo, colocando-se uma lamínula com água e vedando-se o espaço entre lâmina e lamínula com esmalte incolor. Oriente os alunos a guardar os microscópios adequadamente, certificando-se de que foram desligados da tomada, de que as objetivas estão posicionadas corretamente e de que as lâminas foram retiradas da platina.

A aula prática de avaliação de células do epitélio bucal é uma atividade aplicável a uma aula de 50 minutos, desde que os materiais já estejam disponíveis. É desejável que os alunos tenham recebido previamente treinamento/orientações básicas acerca do uso do microscópio.

Este material foi produzido pelo Colégio de Aplicação João XXIII e não representa a construção inédita e original de um protocolo de experimentação, mas reflete as experiências, adaptações e reflexões produzidas pelos professores do colégio na sua prática pedagógica. Deve ser entendido, portanto, como uma produção coletiva e em constante aperfeiçoamento. O professor é livre para reproduzir, modificar ou reportar qualquer inviabilidade deste material aplicada a seu contexto profissional, sendo vedado o uso comercial das reflexões produzidas. Este material foi disponibilizado em versão HTML para possibilitar maior acessibilidade dos roteiros ao professor, porém sua proposta pedagógica não contempla estudantes cegos. Trabalharemos para que no futuro atividades como esta sejam disponibilizadas com foco neste público.

Para mais informações, consulte a licença “Creative Commons CC BY-NC-SA”, atribuída a este material.