1 – Dinossauros viram arte na internet
2 – Transplante de DNA para evitar doenças
1 – Dinossauros viram arte na internet
Exposição online do Museu Nacional oferece viagem interativa à pré-história
Carlos Albuquerque escreve para “O Globo”:
Não chega a ser como no filme “Uma noite no museu”, mas criaturas pré-históricas parecem quase em movimento na mostra “Dinos Virtuais”. Parte do II Congresso Internacional de Arte Paleontológica, que acontece no Museu Nacional/UFRJ até domingo, ela é a primeira exposição em 3D de um museu brasileiro na internet.
Utilizando técnicas de videogame e computação gráfica, além da própria paleoarte (reprodução de espécies fósseis através de obras artísticas, seguindo critérios científicos), a exposição permite que o usuário passeie pelo museu, visualizando e manipulando as peças. O endereço virtual da mostra é www.dinosvirtuais.museunacional.ufrj.br
– De fato, o filme “Uma noite no museu” serviu como fonte de inspiração para essa mostra – explica o paleontólogo Pedro Romano, um dos participantes do projeto. – Essa mostra permite que a pessoa interaja com parte do acervo do museu, usando o mouse, como num jogo. Além disso, um clique ao lado de determinada espécie abre uma série de informações sobre ela, feita por especialistas.
Interação também é a palavra chave para se entender o conceito de paleoarte, já que ela une arte e ciência.
– A paleoarte é uma concepção artística que representa como seria o habitat em vida de um animal extinto – explica Romano. – Mas não é uma concepção livre, como a arte em geral. Para ser paleoarte, ela tem que estar baseada em rígidos critérios científicos. Por isso, o paleoartista e o paleontólogo trabalham sempre juntos.
Durante o congresso, serão exibidos diversos trabalhos de paleoarte, como a réplica do Skorpiovenator, um dinossauro carnívoro que viveu na Patagônia argentina há 90 milhões de anos, durante o cretáceo. Também será exposto o Microraptor gui, um dinossauro de quatro asas que viveu na China durante o mesmo período.
(O Globo, 27/8)
2 – Transplante de DNA para evitar doenças
Estratégia semelhante é a base de polêmica técnica de reprodução assistida. Teste teve êxito
Cientistas deram um passo importante para evitar a transmissão de doenças hereditárias graças a uma técnica que troca genes entre óvulos e os usa para produzir embriões saudáveis. O método é semelhante à polêmica transferência de citoplasma, já usada experimentalmente para gerar bebês de proveta – neste caso, a troca serve para “rejuvenescer” óvulos de mulheres mais velhas que não conseguem engravidar naturalmente.
Crianças nascidas por esses métodos têm duas mães biológicas: uma é a dona do DNA nuclear; a outra entra com o citoplasma e o material genético mitocondrial.
A nova técnica foi testada em macacos e pesquisadores estão convencidos de que ajudarão mulheres portadoras de defeitos no DNA mitocondrial a terem filhos saudáveis.
As mitocôndrias são as usinas de energia das células e seu DNA é passado só de mãe para filho. Mutações mitocondriais causam doenças em músculos e nervos, além de diabetes e câncer.
No estudo da Universidade do Oregon, apresentado na “Nature”, cientistas pegaram o DNA do núcleo do óvulo de uma macaca com mutações hereditárias e o transferiram para o óvulo de uma doadora, cujo próprio DNA nuclear havia sido removido. Depois, fertilizaram o óvulo e o implantaram na dona do DNA nuclear.
Com a técnica, conseguiram gerar três filhotes, sem defeito genético. O método precisará passar por análises éticas e de segurança antes de ser testado em seres humanos.
(O Globo, 27/8)