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Informativo 617 – Rapidez; gigante e drone

1 – Geleiras do oeste antártico estão derretendo com mais rapidez

2 – Vírus gigante é descoberto na Amazônia

3 – Inpa usa drone para obter dados para inventário florestal na Amazônia

 

1 – Geleiras do oeste antártico estão derretendo com mais rapidez

 

O glaciar Thwaites vai desaparecer em alguns séculos

O derretimento das grandes geleiras do oeste antártico – que causam uma elevação considerável do nível dos oceanos – ganha em intensidade com o aquecimento global e seu desaparecimento parece inevitável.Os autores desses trabalhos, divulgados nesta segunda-feira, estudaram principalmente o glaciar Thwaites, um dos seis principais da Antártida ocidental, considerado essencial para o restante das massas de gelo flutuantes.

 

Os cientistas elaboraram mapas topográficos detalhados e usaram um programa de computador que mostra que o derretimento dessa geleira no oceano já começou. Desta forma, o glaciar Thwaites, provavelmente, vai desaparecer em alguns séculos, provocando o aumento do nível dos oceanos em cerca de 60 centímetros, preveem os autores desses trabalhos publicados na revista americana Science.

 

“Há muitas hipóteses sobre a estabilidade dessas placas de gelo marinhas e muitos cientistas suspeitam de uma aceleração de seu derretimento”, indica Ian Joughin, do Laboratório de Física Aplicada de Washington, um dos principais autores destes trabalhos.

 

“Este estudo fornece estimativas em torno da velocidade em que o glaciar desaparece no oceano”, acrescenta. “As simulações em nosso programa parecem indicar uma aceleração no futuro sem um mecanismo de estabilização próximo”, explicou o especialista.

 

De acordo com o programa desenvolvido pelos pesquisadores, o derretimento do glaciar Thwaites pode acontecer, no prazo mais curto, dentro de 200 anos ou, no mais tardar, em mais de mil anos, com base na velocidade do aquecimento global. Mas o cenário mais provável indica que será entre 200 e 500 anos, disse Ian Joughin.

 

“Todas as nossas simulações mostram que o derretimento do glaciar elevará o nível do oceano em menos de um milímetro por ano durante 200 anos, antes que este comece a desaparecer”, acrescentou.

 

Em algumas partes, o glaciar de Thwaites perde vários metros de altura por ano. A topografia do glaciar foi realizada como parte do programa “IceBridge” da Nasa que busca, por meio de observações aéreas e de satélite, medir a espessura do gelo e determinar o derretimento da superfície.

 

(Zero Hora)

http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/planeta-ciencia/noticia/2014/05/geleiras-do-oeste-antartico-estao-derretendo-com-mais-rapidez-4499084.html

 

Outra matéria sobre o assunto:

O Globo

Derretimento da Antártica aumentará nível do mar entre um e quatro metros

http://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/derretimento-da-antartica-aumentara-nivel-do-mar-entre-um-quatro-metros-12469455#ixzz31beG52OF

 

2 – Vírus gigante é descoberto na Amazônia

 

Batizado de SMBV, ele foi descrito por pesquisadores da UFMG

As águas do rio Negro, nas vizinhanças de Manaus, abrigam o maior vírus já descoberto no Brasil, um parasita microscópico comparativamente tão grande que chega a superar algumas bactérias em tamanho e complexidade do DNA.

 

Batizado de SMBV, ou simplesmente vírus Samba, ele foi descrito por pesquisadores da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), em parceria com colegas franceses, na revista especializada “Virology Journal”.

 

A descoberta pode ser importante tanto para a saúde humana -já que alguns vírus gigantes como o Samba parecem ser capazes de causar pneumonia- quanto para entender melhor a natureza dos vírus.

 

Vírus gigantes são raros, mas não são necessariamente mais perigosos por serem grandes. O primeiro parente do Samba a ser bem estudado foi descoberto em 1992, na água de um bebedouro de hospital em Bradford, Reino Unido. Verificou-se então que esse vírus infectava amebas, micro-organismos que possuem células relativamente complexas.

 

Após recolher 35 amostras de água do rio Negro, numa rota de 65 km a partir de Manaus, a equipe conseguiu isolar o SMBV em laboratório.

 

“Provavelmente ele está infectando outras coisas na natureza, mas ainda não sabemos qual seria esse hospedeiro”, contou à Folha um dos autores do estudo, Jônatas Santos Abrahão, do Departamento de Microbiologia da UFMG. “Vimos que ele também é capaz de se multiplicar em células do sangue humano, de forma similar ao que acontece nas amebas.” Por enquanto, não se pode descartar a possibilidade de que ele também cause pneumonia em humanos.

 

Como os demais vírus, o Samba lembra uma espécie de “Lego” de moléculas orgânicas. Possui uma carapaça coberta com um matagal de fibras -o conjunto é cinco vezes maior que um vírus da gripe, por exemplo. Debaixo de várias camadas de proteção está o DNA do parasita, formado por 1,21 milhão de “letras” químicas, mais ou menos meio milésimo do tamanho do genoma humano. Trata-se de um genoma mais complexo que o de várias bactérias.

 

O que os vírus não têm, diferentemente das bactérias e de outros seres vivos, porém, é uma célula própria. Para se reproduzir, o Samba precisa “sequestrar” o maquinário da célula que invadiu.

 

Carona

Outra prova de que o SMBV é um gigante do mundo viral é a descoberta de que outro vírus menor é capaz de parasitá-lo. Trata-se do RNV, ou Rio Negro, conhecido pelo termo técnico de “virófago” -literalmente, um devorador de vírus.

 

Comparações entre o DNA de todos os grandes grupos de seres vivos indicam que a linhagem representada pelo Samba e por outros vírus gigantes é extremamente antiga, o que poderia indicar a participação desses seres, de alguma maneira, na própria origem dos seres vivos. Abrahão considera essa ideia improvável, porque eles não parecem ser capazes de sobreviver sem a ajuda de organismos com células.

 

“O que pode ter acontecido é que, um dia, eles podem ter vindo de organismos celulares, mas passado a se multiplicar sem eles, parasitando outras células”, afirma. (Folha de São Paulo)

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2014/05/1453987-virus-gigante-e-descoberto-na-amazonia.shtml

 

3 – Inpa usa drone para obter dados para inventário florestal na Amazônia

 

Trabalho faz parte de pesquisa de doutorando em ciências de florestas tropicais

Os veículos aéreos não tripulados (Vants), mais conhecidos como drones (que no inglês significa zangão), são aeronaves que não precisam de pilotos embarcados para ser guiadas e que ficaram mais conhecidas pelo uso para fins militares. Aproveitando as vantagens dos drones, desde julho de 2013, o estudante de doutorado do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) Carlos Celes usa o aparelho para obter dados e estimar o nível de carbono da floresta.

 

A pesquisa de doutorando em ciências de florestas tropicais foi apresentada durante o Seminário Final do Projeto Cadaf (Carbon Dynamics of Amazonian Forest). Durante a palestra “O uso do quadricóptero drone na obtenção de dados de sensoriamento remoto para o Inventário Florestal Contínuo (IFC)”, Celes explicou características técnicas sobre o aparelho, além de mostrar como se dá o processo de obtenção de imagens e como as fotos são convertidas em dados. O doutorando é orientado pelo pesquisador do Inpa Niro Higuchi, coordenador-geral do Cadaf.

 

O modelo utilizado nas pesquisas é o Md4-1000. O drone tem o corpo feito de fibra de carbono e capacidade para voar cerca de 80 minutos. Entre as vantagens do equipamento estão o baixo custo de manutenção e operação, além da alta resistência à variação de temperatura (resiste a temperaturas de -20°C a 50°C), chuva e poeira. De acordo com Celes, o quadricóptero é mais versátil que os aviões empregados nesse tipo de mapeamento – estes, porém, conseguem fazer uma cobertura maior.

 

Durante o voo, uma câmera fotográfica digital é acoplada ao drone para a captura das sequências de imagens que serão sobrepostas para que se façam modelagens em três dimensões das áreas sobrevoadas. Outros trabalhos possíveis de se desenvolver são os de clareira, sombra, textura, dendrologia (estudo de plantas lenhosas como árvores e arbustos), fenologia (estudo dos fenômenos periódicos dos seres vivos e relações com o ambiente), dendrometria e hidrologia, bem como o acompanhamento desses dados. (Camila Leonel / Ascom do Inpa)