1 – Pneus verdes já são usados em um em cada dez carros produzidos no Brasil
2 – Pesquisa sobre Ipê amarelo e venenos de serpentes gera patente
1 – Pneus verdes já são usados em um em cada dez carros produzidos no Brasil
Equipamento ajuda a reduzir o consumo – e você ainda vai ter um carro equipado assim
Pneu verde. Juntas, as duas palavras soam contraditórias. Mas este conceito já calça um em cada dez carros produzidos no Brasil. E, até 2016, metade da frota fabricada por aqui terá o equipamento, concebido para reduzir o consumo e a emissão de poluentes.
Nesses tempos em que o InovarAuto acena com impostos menores para modelos mais eficientes, é natural que as fábricas de automóveis busquem soluções assim.
– Em teoria, todo carro terá que economizar combustível. Será preciso buscar isso por todos os meios, e o pneu é uma parte importante nessa conta – explica Roberto Falkenstein, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Pirelli.
Por oferecer menor resistência à rolagem, o pneu verde contribui, em média, para uma redução de 5% no consumo e de até 15% na emissão de gás carbônico (CO2). A diferença principal está na aplicação de sílica na borracha, no lugar do costumeiro negro de carbono. No aspecto ecologicamente correto, esta sílica é extraída da casca do arroz.
A sílica permite que o pneu trabalhe com temperaturas mais baixas e sofra menos deformação. O “embate” entre a borracha e o piso gera um desperdício de energia e calor, afetando o consumo.
– O foco principal é ter um pneu que desperdice menos energia. Mais de 90% dessa perda é provocada pelos compostos que existem no pneu – ressalta Argemiro Costa, da Sociedade dos Engenheiros da Mobilidade (SAE ).
Os fabricantes também tiveram que se mexer. Por lei, a partir de 2015, todos os pneus vendidos no Brasil terão uma etiqueta do Inmetro. Esta etiqueta trará informações sobre resistência à rolagem, eficiência de frenagem no molhado – classificados em letras de A (melhor) a G (pior) – e nível de ruído (em barrinhas). Os pneus G sequer poderão ser vendidos.
– Vai ficar ainda mais fácil para o consumidor entender o conceito de pneu verde, que a longo prazo estará em todos os automóveis fabricados no país – aposta Marco Moretta, diretor comercial da Michelin América do Sul. (Fernando Miragaya/O Globo)
http://oglobo.globo.com/economia/pneus-verdes-ja-sao-usados-em-um-em-cada-dez-carros-produzidos-no-brasil-10594700#ixzz2jDKV4N6S
2 – Pesquisa sobre Ipê amarelo e venenos de serpentes gera patente
Pesquisadores investigam propriedades do Ipê amarelo contra efeitos do veneno de serpentes
Acidentes com animais peçonhentos são cada vez frequentes nos centros urbanos. Isso ocorre devido à crescente proximidade da civilização a meios não urbanizados e, também, pelas precárias condições de saneamento básico que possibilitam a proliferação de escorpiões, aranhas e ratos, que, apesar de não serem peçonhentos, são fonte de alimento para serpentes. Para combater os efeitos dessa interação, pesquisadores da rede de pesquisa Inovatoxin (Inovação com Peçonhas de Animais da Biodiversidade da Região Centro-Oeste: aplicações terapêuticas, toxicologia e aplicações), da Rede Pró-Centro-Oeste, desenvolveram um antídoto a partir do extrato de uma planta típica do Cerrado: o Ipê Amarelo (Tabebuia aurea).
Segundo o Ministério da Saúde, 88% dos acidentes ofídicos no Brasil são botrópicos (causados por serpentes do gênero Bothrops, como a jararaca, por exemplo) e o Centro-Oeste é a região com a taxa de incidência mais elevada do País. O envenenamento por serpentes botrópicas é severo, pois provoca efeitos sistêmicos, inflamação e necrose, resultando em perdas de tecidos ou, até mesmo, na necessidade de amputação do membro afetado.
Com a intenção de encontrar recursos que melhorem os tratamentos de vítimas de acidentes botrópicos, a pesquisadora Mônica Kadri, da UFMS, iniciou pesquisa que teve como inspiração relatos populares e como base um levantamento realizado no estado sobre o consumo de plantas da região com efeitos medicinais. Neste levantamento, o ipê (gêneroTabebuia) foi indicado para “mordedura de cobra” [sic] por ter propriedades anti-inflamatórias e cicatrizantes. “A partir disso, surgiu a ideia de investigar as atividades antiofídicas do extrato deTabebuia aurea [ipê amarelo] em camundongos estimulados com o veneno de serpentes botrópicas da região Centro-Oeste, na tentativa de buscar novos inibidores da ação do veneno que possam complementar a soroterapia, na reversão do quadro de lesões locais causadas pelo envenenamento”, explica Kadri.
Os pesquisadores investigam o potencial do extrato do ipê amarelo como antídoto para o veneno de três espécies botrópicas predominantes na região Centro-Oeste: a caiçaca (Bothrops moojeni), a boca-de-sapo (Bothrops neuwiedi/Bothropoides mattogrossensis) e a jararaca (Bothrops jararaca).
O ipê amarelo é uma árvore típica do Cerrado, encontrada em larga escala tanto em zonas silvestres quanto em urbanas. Podendo atingir 15 metros de altura, apresenta vasta floração, com folhas que caem dos galhos no inverno deixando as flores expostas. O extrato é obtido a partir da pulverização da casca do ipê e extração com álcool etílico.
Com os resultados da pesquisa até o momento, constatou-se que o extrato foi capaz de reduzir o número de células inflamatórias para o local da picada e a hemorragia provocada pelos três venenos botrópicos; minimizar o edema local e a atividade miotóxica provocada pelo veneno de caiçaca (B. moojeni). A pesquisa resultou no depósito da patente do processo para a obtenção de extratos com propriedades anti-inflamatórias a partir de espécies do gêneroTabebuia.
Os pesquisadores pretendem buscar novas parcerias entre governo, por meio de editais de fomento; indústrias, na geração de produtos e patentes; e universidades para o intercâmbio e o desenvolvimento de pesquisas entre programas de pós-graduação para investimentos voltados à saúde pública, tanto na geração de recursos direcionados à produção como à pesquisa e formação de recursos humanos especializados na região Centro-Oeste. (Fernanda Athas/Assessoria de Comunicação Rede Pró-Centro-Oeste).