1 – Tiranossauro chinês tinha corpo revestido de penas
2 – Novos números de desmatamento no País
1 – Tiranossauro chinês tinha corpo revestido de penas
Cobertura aveludada seria para isolamento térmico, segundo paleontólogos.
Milhões de anos antes de o Tiranossauro rex sacudir a atual América do Norte, seu antepassado aterrorizou o outro lado do globo. O predador chinês, porém, tinha suas particularidades. Era mais baixo (nove metros, três a menos que o rival famoso), mais leve (1,4 tonelada – o Rex chegava a cinco) e bem mais fofo. Literalmente. Seu nome já denuncia esta característica. Paleontólogos chineses e canadenses, responsáveis por sua descoberta, o batizaram de Yutyrannus huali – uma mistura de latim e mandarim que, num português literal, resulta em “belo tirano de penas”.
Dinossauros de penas não são novidade para a ciência. Muitos são conhecidos, a maioria pequenos e com asas. Mas a nova espécie chinesa se sobressai. É 40 vezes mais alta que o maior felpudo descrito até agora. O corpo coberto serviria para reter calor, numa época em que a temperatura do planeta rodeava os 10 graus Celsius. Mas, para os paleontólogos, o Yutyrannus pode servir como uma releitura dos tiranos que o sucederam. Agora, eles não descartam que até o famoso Rex fosse parcialmente envolto por penas.
“O Yutyrannus aumenta drasticamente a escala de tamanho dos dinossauros que seriam felpudos”, revelou o professor Xu Xing, do Instituto de Paleontologia de Vertebrados de Pequim. “É possível que as penas tenham sido muito mais disseminadas, ao menos entre os carnívoros.”
À época do Rex, 55 milhões de anos depois, o planeta já estava mais aquecido. Os grandes dinossauros até sofreriam de calor. As penas, portanto, seriam um apetrecho desnecessário se dependessem apenas da temperatura. “Houve grandes mudanças climáticas dentro do período Cretáceo, que tornou-se mais quente com o passar dos anos”, explica o paleontólogo canadense Corwin Sullivan, coautor do estudo sobre o Yutyrannus, publicado ontem (4) pela “Nature”. “Sabemos que esta nova espécie viveu em uma época mais fria por causa da análise geoquímica dos fósseis.”
Sullivan descreveu a penugem da nova espécie como “algo mais felpudo, como é um pintinho hoje em dia, do que as plumas rígidas de uma ave adulta”. “As penas podem até terem sido duras, mas não há razão para pensarmos que seriam suficientemente firmes para prover-lhes alguma proteção contra outros animais. E também não há por que acreditarmos que alguém estaria muito interessado em puxá-las”, disse.
De fato, por trás do belo revestimento, havia um carnívoro que inspirava cuidados. A dieta do Yutyrannus ainda será estudada, mas certamente incluía dinossauros menores e mamíferos. Sua vida social, se havia alguma, é um mistério ainda maior. Sullivan e Xing encontraram três esqueletos da espécie em uma mesma pedreira na província de Liaoning, mas isso não significa que o trio viveu junto, ou sequer que fossem contemporâneos.
Segundo Sullivan, é muito difícil, “alguns diriam até impossível” provar se o dinossauro chinês é antepassado direto do Rex norte-americano. “O Yutyrannus está provavelmente próximo à linhagem ancestral do Rex, mas não temos como estabelecer se ele estava dentro desta linhagem.”
Paleontólogos sabem há mais de uma década que alguns pequenos dinossauros tinham o corpo aveludado, e a maioria dos exemplares que levaram a esta descoberta vieram da mesma província do Yutyrannus, no norte da China. Houve, no entanto, uma associação das penas com a habilidade de voar. Com o volume do novo tiranossauro, esta relação também caiu por terra. (O Globo)
2 – Novos números de desmatamento no País
Situação atípica no Mato Grosso está sendo investigada. Ibama e outros órgãos federais estão em campo desde o início do ano. Em três meses, foram embargados 7 mil hectares e aplicados R$ 49,5 milhões em multas.
O desmatamento na Amazônia Legal, identificado pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), caiu 48,2% em março deste ano frente ao mesmo mês de 2011, de 116 para 60 quilômetros quadrados. Na comparação do período de agosto a março 2010/2011 com agosto a março de 2011/2012, o total da área desmatada ficou estável. Os dados foram divulgados na última quinta-feira (5), em Brasília, pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
Os números apontaram um pico de desmatamento no estado de Mato Grosso em fevereiro. De acordo com Izabella Teixeira, isso aconteceu porque a região ficou encoberta por nuvens de outubro de 2011 a janeiro de 2012. Com a redução da cobertura de nuvens em fevereiro, foi possível detectar os desmatamentos acumulados no período, que somaram 307 quilômetros quadrados. “Estamos pedindo à Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso para verificar legalidade desses desmatamentos”, afirmou a ministra.
Migração – O Ministério do Meio Ambiente (MMA) também verificará os motivos da elevação do desmatamento em Roraima. Segundo Izabella Teixeira, o aumento do desmatamento de 12 para 56 quilômetros quadrados no período de agosto/2011 a março de 2012 frente a igual intervalo em 2010/2011 pode estar relacionado à migração de atividade madeireira ou outras atividades econômicas para o Sul do estado. Nos demais estados da Amazônia Legal, ainda não é possível avaliar o desmatamento em virtude da grande cobertura de nuvens.
Os dados do Deter são fornecidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para fins de fiscalização. Esses dados são disponibilizados mensalmente no site do Inpe. A ministra destacou que agentes do Ibama em conjunto com Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Instituto Chico Mendes, estão em campo desde 1º de janeiro intensificando a fiscalização. “Estamos mudando a estratégia, sem esperar virem dados do Deter para agir”, disse. Do início de 2012 até 16 de março, o Ibama embargou 7 mil hectares e aplicou R$ 49,5 milhões em multas por desmatamento ilegal. Confira os relatórios mensais completos: http://www.obt.inpe.br/deter. (Ascom do MMA)