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Informativo 589 – Queda em 2012; vulneráveis e microrobôs aéreos

1 – Graduação em química, física, matemática e ciências biológicas tem queda em 2012

2 – Quais ecossistemas são mais vulneráveis às mudanças climáticas?

3 – Voo de abelha inspira design de microrobôs aéreos

 

1 – Graduação em química, física, matemática e ciências biológicas tem queda em 2012

Com poucos universitários, o déficit de profissionais chega às salas de aulas do ensino básico. Segundo o MEC, faltam 170 mil docentes na rede pública nessas áreas
 
Física, matemática e ciências biológicas tiveram queda no número de matrículas na graduação de 2011 para 2012, segundo dados do Censo da Educação Superior 2012. Química, matemática e ciências biológicas tiveram queda no número de concluintes. As quatro áreas são alvo do Programa Quero Ser Cientista, Quero Ser Professor, lançado hoje (18) pelo Ministério da Educação (MEC).
 
Além de apresentar queda, o número total de matrículas nesses cursos é inferior ao de outros cursos de ensino superior. Enquanto física era cursada por 30,9 mil estudantes, química por 53,1 mil, matemática por 85,5 mil e ciências biológicas por 123,3 mil, administração tinha 833 mil estudantes, direito, 737,3 mil e pedagogia, 603 mil.
 
Entre os quatro cursos, o que apresentou a maior queda foi ciências biológicas, que passou de 126,9 mil para 123,3 mil, uma diminuição de 2,8% nas matrículas. A queda vem desde 2011, quando 128 mil faziam a graduação.
 
A graduação em física vinha aumentando em número de matrículas desde 2009, quando tinha 29,4 mil estudantes. No ano passado a queda foi 2,5%. Matemática teve a menor queda, 0,7% de 2011 para 2012. Química foi a única das quatro graduações que teve um aumento, de 1,6%, no número de matrículas.
 
O número daqueles que entram nos cursos é superior aos que se formam, considerando também o aumento de vagas. No ano passado, física tinha 11,8 mil calouros e 2,6 mil formados. O curso foi o único que apresentou um aumento no número de formados, de 1,75%. O curso de química recebeu 18,2 mil novas matrículas e formou 6,4 mil estudantes – o que representou uma queda de 1,4% no número de formados.
 
Em matemática, 33,2 mil entraram no curso e 20 mil se formaram. O número de formados teve a maior queda entre os cursos, 14,5%. O número vem caindo desde 2009, quando 23,3 mil se formaram. Já ciências biológicas teve o maior número de calouros, 41,6 mil. O curso formou 20 mil estudantes, uma queda de 3,5% em relação a 2011.
 
Com poucos universitários, o déficit de profissionais chega às salas de aulas do ensino básico. Segundo o MEC, faltam 170 mil docentes na rede pública nessas áreas.
 
O censo mostrou também um baixo crescimento nas matrículas de licenciatura, que formam professores da educação básica, o aumento foi 0,8%, enquanto o aumento daqueles que fazem algum bacharelado foi 4,6% e cursos tecnológicos, 8,5%. Entre os cursos presenciais, as licenciaturas representam 19,5% do total de matrículas. Nos cursos de educação a distância, no entanto, representam 40,4% dos estudantes. (Mariana Tokarnia/Agência Brasil) http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-09-18/graduacao-em-quimica-fisica-matematica-e-ciencias-biologicas-tem-queda-em-2012

 

2 – Quais ecossistemas são mais vulneráveis às mudanças climáticas?

 

 

Uma nova pesquisa, publicada no periódico Nature Climate Change, é a primeira a combinar os impactos esperados das mudanças climáticas com a degradação das ações humanas para criar uma lista das mais vulneráveis regiões do planeta. Entre as áreas em maior perigo estão o sul e sudeste da Ásia, o oeste e a parte central da Europa, o centro-leste da América do Sul e o sul da Austrália.

James Watson, principal autor do estudo, afirma que a pesquisa busca indicar onde os recursos limitados [financiamentos climáticos] podem fazer mais diferença para proteger os mais vulneráveis ecossistemas em um mundo em aquecimento.

Precisamos perceber que as mudanças climáticas vão impactar ecossistemas de forma direta e indireta em uma grande variedade de maneiras e que não podemos continuar presumindo que todas as ações de adaptação são cabíveis em todos os lugares. O fato é que temos apenas fundos limitados e precisamos começar a pensar de forma inteligente em como utilizá-los ao redor do mundo, disse Watson, que é diretor do programa de mudanças climáticas da Sociedade de Conservação da Vida Selvagem (WCS).

Para chegar às conclusões do estudo, Watson e sua equipe avaliaram a estabilidade dos ecossistemas sob cenários futuros de mudanças climáticas, uma vez que certos ecossistemas devem sofrer transformações mais drásticas do que outros. Por exemplo, o Ártico deverá ser uma das regiões mais afetadas pelo aquecimento global.

Depois, os pesquisadores combinaram esses dados com informações relativas à área ainda preservada em cada ecossistema, contando com o fato de que regiões mais intactas serão capazes de se adaptar melhor. 

Dessa forma, o estudo observa que entre os locais menos vulneráveis, levando em conta os impactos climáticos e a atual degradação, estão o sul da América do Sul, o Oriente Médio, o norte da Austrália e a costa atlântica no sul da África.

— As regiões mais vulneráveis aparecem na cor creme, enquanto as menos vulneráveis em cinza escuro/preto. Regiões que são muito degradadas, mas que deverão ter clima estável estão em laranja escuro, enquanto aquelas relativamente intactas, mas que são sensíveis às mudanças climáticas estão em verde escuro. Fonte: Jeremy Hance, Mongabay de 17.09.2013

Citação: James E. M. Watson, Takuya Iwamura& Nathalie Butt. (2013) Mapping vulnerability and conservation adaptation strategies under climate change. Nature Climate Change. doi:10.1038/nclimate2007

 

3 – Voo de abelha inspira design de microrobôs aéreos

Pesquisadores da Universidade de Harvard estudam estabilidade do inseto diante de adversidades climáticas para criar novos produtos
 
Cientistas estão estudando o voo de abelhas do gênero Bombus, da família Apidae (comuns no Sudeste do Brasil) para descobrir como estes insetos conseguem manter a estabilidade em condições climáticas adversas.
 
O pesquisador Sridhar Ravi, da Universidade de Harvard, filmou o voo das abelhas em um túnel de vento, o que permitiu controlar o fluxo de ar que elas tinham de enfrentar. O objetivo é melhorar o design de microveículos aéreos para que eles se mantenham no ar mesmo com o tempo ruim, como explica o estudo publicado na “Journal of Experimental Biology”.
 
– A velocidade e direção do vento podem ser bem variadas, por isso manter a estabilidade de voo é um desafio – disse Ravi à BBC News. – Os melhores microveículos aéreos disponíveis hoje lutam para voar com estabilidade diante de leves brisas. Mesmo assim os insetos podem ser capazes de voar em condições extremas – observou.
 
Os pesquisadores filmaram as abelhas com câmeras de alta velocidade em vez de reprisar seu voo em slow motion (como geralmente é feito) e descobriram como os insetos ajustam o voo ao fluxo de ar. As imagens revelaram que as abelhas reduzem a velocidade diante de ventos instáveis, o que parece permitir que elas gastem mais energia corrigindo o curso do voo.
 
– As abelhas pareceram mais vulneráveis a turbulências laterais que verticais e rolaram consideravelmente para mudar de rumo e corrigir as perturbações induzidas pelo vento – contou Ravi.
 
O pesquisador disse ainda que um melhor entendimento de como voadores naturais agem em ventos turbulentos ajudaria “imensamente” no projeto de microveículos aéreos que voem em condições atmosféricas adversas. (O Globo) http://oglobo.globo.com/ciencia/voo-de-abelha-inspira-design-de-microrobos-aereos-10035667#ixzz2fRCetQbA