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Informativo 586 – 2020; pescoçudo e recifes de coral

1 – Brasil deve atingir meta de redução do desmatamento antes de 2020

2 – Brasil ganha nova espécie de dinossauro pescoçudo

3 – Meio Ambiente aprova transformação de recifes de coral em áreas de preservação

 

 

1 – Brasil deve atingir meta de redução do desmatamento antes de 2020, diz secretário

Reportagem da Agência Brasil informa que desmatar menos de 4 mil quilômetros por ano foi o compromisso estabelecido na Conferência do Clima de Copenhague, em 2009
 
O Brasil deve atingir antes do fim do prazo a meta de reduzir em 84% o desmatamento, principal fonte das emissões de gases de efeito estufa no país, disse hoje (28) o secretário nacional de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental, Carlos Klink. Sem informar ano exato, ele disse que o país chegará antes de 2020 a um patamar inferior a 4 mil quilômetros desmatados por ano, compromisso estabelecido na Conferência do Clima de Copenhague, em 2009.
 
“No ano passado, já chegamos a 4,5 mil quilômetros quadrados de desmatamento. Temos que atingir 4 mil e manter, que é muito importante. Mas nossa meta continua sendo a de nos reportarmos às Nações Unidas em 2020”, declarou Klink, que participou da abertura do 7º Fórum Latino-Americano de Carbono.
 
De acordo com Klink, a queda do desmatamento corresponde a 60% da redução de emissões brasileiras, que precisam cair entre 36% e 39% até 2020. Para o secretário, o impacto também será global. “Como um estudo que saiu da Rio+20 aponta, vai haver um déficit de emissões em 2020, e nós vamos cobrir metade desse déficit com a nossa redução. O Brasil está dando uma contribuição global e quer ser reconhecido e valorizado por isso”.
 
Apesar disso, Klink reconhece que em alguns setores vêm ocorrendo aumento de emissões, que já eram previstas. “Alguns setores cresceram suas emissões, mas isso não se compara às emissões reduzidas no desmatamento. Isso não significa que não tenhamos que prestar atenção nisso. A agricultura e energia, principalmente, são os que dão uma subidinha. Por isso, temos planos setoriais específicos para indústria, energia e principalmente agricultura”.
 
Em um ano em que as usinas termelétricas foram a solução para as condições climáticas desfavoráveis às hidrelétricas e em que usinas a carvão entraram com peso nos leilões de geração de eletricidade para os próximos anos, o secretário não nega que essas são preocupações e diz que é preciso debater a questão da energia com a sociedade. “Pelo lado das emissões, é claro que isso é uma preocupação, mas, se a intenção é manter uma matriz energética diversificada, é um debate que o país tem que fazer. Por um lado, não estamos permitindo a construção de hidrelétricas, e temos que oferecer energia”.
 
Com redução do desmatamento concentrada principalmente na Amazônia, a secretaria trabalha agora para lançar o monitoramento sistemático do desmatamento no Cerrado. “Estamos financiando com o Fundo da Amazônia outros países da América Latina para que façam o monitoramento com tecnologia nossa. Estamos monitorando o Cerrado, e lá o desmatamento também caiu, mas estamos mais atrasados. A Caatinga também tem preocupado, mas caminha para a redução”, disse, acrescentando que o uso da vegetação como lenha e empreendimentos empresariais são a principal ameaça ao último bioma. (Vinícius Lisboa/Agência Brasil) http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-08-28/brasil-deve-atingir-meta-de-reducao-do-desmatamento-antes-de-2020-diz-secretario

 

2 – Brasil ganha nova espécie de dinossauro pescoçudo

Fósseis de 90 milhões de anos foram achados em Presidente Prudente (SP)
 
Em meio a uma parentela que incluía os maiores animais terrestres de todos os tempos, numa época pródiga em gigantes, o Brasilotitannemophagus não passava de um tampinha: “só” 8 m de comprimento.
 
Natural da região que viraria Presidente Prudente (SP), o bicho é, por enquanto, a menor espécie brasileira de saurópode, como eram conhecidos os dinos quadrúpedes, comedores de plantas e de pescoço longo. Há espécies brasileiras que chegavam perto dos 20 metros.
 
A descrição formal da criatura de 90 milhões de anos, com base em fragmentos da mandíbula, da coluna e da pelve, está em artigo que acaba de sair na revista científica “Zootaxa”.
 
Assinam a pesquisa o responsável por achar os fósseis na rodovia Raposo Tavares, William Nava, do Museu de Paleontologia de Marília (SP), e a doutoranda Elaine Machado, do Museu Nacional da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), que analisou a anatomia do saurópode nanico para determinar que, de fato, tratava-se de uma nova espécie.
 
Em meio a uma série de cacos do período Cretáceo –fragmentos mal preservados de ossos de dinossauros, dentes de crocodilos primitivos e de dinos, escamas de peixe e até coprólitos, ou “cocô fóssil”–, Nava acabou encontrando um conjunto de ossos que parecia corresponder a um saurópode.
 
A análise conduzida por Elaine e seus colegas indica que se trata de um membro do grupo dos titanossauros, saurópodes caracterizados por “calombos” ósseos espalhados por seu couro. Quase todos os dinos pescoçudos do Brasil já descritos pela ciência pertencem a esse grupo.
 
COMPARAÇÃO DIFÍCIL
O problema é que muitas vezes esses bichos são conhecidos apenas por conjuntos de vértebras. A cabeça é item raríssimo para esse grupo.
 
Por isso mesmo, a nova espécie “caipira” é um dos titanossauros mais completos do Brasil, já que os pesquisadores acharam parte da mandíbula, além de pedaços da pelve e de uma pata –junto com as boas e velhas vértebras.
 
Apesar da dificuldade de comparar os restos das espécies já conhecidas, Elaine afirma que é baixa a probabilidade de os paleontólogos estarem encontrando restos do mesmo bicho em cada lugar e dando nomes diferentes para cada caco.
 
“Geralmente são animais adultos ou subadultos, então provavelmente não são apenas variações morfológicas devido à idade do espécime”, diz ela. “E, em muitos casos, também estamos falando de locais e idades diferentes.”
 
Mesmo assim, segundo ela, é bem possível que titanossauros de várias espécies, com diferentes estilos de vida e tamanho, convivessem no Brasil pré-histórico.
 
Uma pista a esse respeito vem do fragmento da mandíbula do Brasilotitannemophagus. O bicho tinha uma bocarra quadrada, diferentemente de alguns de seus parentes, o que pode indicar adaptações para se alimentar de determinada planta.
 
E, por falar em comida, um dos cacos do pescoçudo, um ílio (osso da pelve), apresenta marcas de mordidas que parecem bater com as que poderiam ter sido feitas por um dinossauro carnívoro. (Reinaldo José Lopes/Folha de S.Paulo) http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cienciasaude/126357-brasil-ganha-nova-especie-de-dinossauro-pescocudo.shtml

 

3 – Meio Ambiente aprova transformação de recifes de coral em áreas de preservação

O projeto altera o novo Código Florestal, colocando os recifes de corais ao lado dos demais tipos de paisagem protegidas. Reportagem da Agência Câmara Notícias
 
A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara aprovou na quarta-feira (28) a transformação de recifes de coral em áreas de preservação permanente (APPs).
 
O projeto (PL 3855/12) do deputado Sarney Filho (PV-MA) altera o novo Código Florestal (Lei 12.651/12), colocando os recifes de corais ao lado dos demais tipos de paisagem protegidas como o são as nascentes e margens de rio, o entorno de lagos e lagoas naturais, as restingas, os manguezais, partes de topos e encostas de morro e as áreas em altitude superior a 1.800 metros.
 
O projeto ressalta que os recifes de coral constituem ecossistemas únicos, entre as comunidades marinhas, por serem construídos inteiramente pela atividade biológica, com agrupamento de vários animais e vegetais de esqueleto calcário.
 
Em seu parecer, o relator da proposta, deputado Penna (PV-SP), concorda com a transformação desse ecossistema em APP, a fim de protegê-lo de poluição, pesca predatória, pisoteio, tráfego desordenado de embarcações e qualquer outra forma de degradação decorrente de ações humanas. “Nós tratamos muito mal esta fonte de vida, que são os recifes de coral. Ao criar a reserva para esses corais, nós estamos inaugurando um tempo para a recuperação da relação do povo brasileiro com esse imenso recurso: a nossa costa, que tem sido maltratada por esses anos todos”.
 
Alterações no texto
Penna restituiu o texto original do projeto de lei e rejeitou o substitutivo aprovado na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, que abria uma exceção na APP para permitir a pesca amadora ou de subsistência.
 
Segundo o relator, o substitutivo abriria uma “flexibilização perigosa” à preservação permanente dos recifes de coral. “O outro substitutivo criava uma possibilidade de diminuição da nossa ação e nós precisamos entrar de maneira contundente na implementação desses recifes de coral, com o objetivo de recuperar a vida marinha, como fonte de alimento e melhorar a qualidade da água, porque esses seres recuperam o oxigênio da água”.
 
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, os recifes de coral distribuem-se do Maranhão ao sul da Bahia, representando as únicas formações recifais do Atlântico Sul. Pelo projeto, fica vedada a pesca amadora e comercial e quaisquer outras atividades que possam causar degradação ou destruição.
 
Pesca artesanal
Quanto à pesca artesanal, Penna lembra que a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e da Pesca (Lei 11.959/09) já permite a continuidade de atividades de baixo impacto (como a pesca científica e a pesca de subsistência). “Desse modo, garante-se que as comunidades litorâneas continuem usufruindo do pescado oriundo dos corais como fonte proteica”, afirmou.
 
Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.
 
Íntegra da proposta:
§ PL-3855/2012
 
(José Carlos Oliveira/Agência Câmara Notícias)

http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/MEIO-AMBIENTE/450661-MEIO-AMBIENTE-APROVA-TRANSFORMACAO-DE-RECIFES-DE-CORAL-EM-AREAS-DE-PRESERVACAO.html