1 – Fóssil de preguiça gigante da ‘Era do Gelo’ é encontrado no interior do Piauí
2 – Devastação da mata atlântica é a maior desde 2008, diz pesquisa
3 – Desmatamento na Mata Atlântica é o maior desde 2008
1 – Fóssil de preguiça gigante da ‘Era do Gelo’ é encontrado no interior do Piauí
G1 publica que paleontólogo diz que fóssil é incomum e pertence a animal de 5 metros. Fóssil foi encontrado na cidade de Corrente, no extremo Sul do Piau
Pesquisadores encontraram um fóssil de uma preguiça gigante na cidade de Corrente, localizada no extremo Sul do Piauí, a 874 km de Teresina. De acordo com o paleontólogo e professor da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Juan Carlos Cisneros, o fóssil encontrado é incomum e pertence a um animal que media aproximadamente 5 metros e que viveu no período popularmente conhecido como a ‘Era de Gelo’.
Segundo o paleontólogo, o fóssil é de um animal que provavelmente pertence ao gênero Eremotherium. “A descoberta desse fóssil é inusual. A maioria de fósseis de animais que viveram no Brasil durante o Quaternário é encontrada no fundo de lagoas ou cacimbas, e no interior de grutas. O novo achado não se enquadra nessas categorias, ele foi encontrado na margem de um grotão, o que chama muito a atenção”, destacou.
Juan diz que a descoberta do fóssil vai ajudar a compreender melhor como era o ambiente do Nordeste no passado, no período da ‘Era de Gelo’. “Cada fóssil que é descoberto ajuda a reconstruir a história do nosso planeta”, completou.
As informações sobre o fóssil chegaram até o Prof. Dr. Paulo Auriccio dois anos atrás. Juan explica que na época o docente trabalhava na cidade de Bom Jesus, também na região Sul do estado e durante um congresso ouviu falar de uma pessoa que tinha encontrado um osso de grande porte em Corrente.
Ele decidiu investigar e entrou em contato com a pessoa que realizou esse achado. O fóssil era conhecido por alguns trabalhadores da região, pois no local do achado era realizada a extração de argila para a fabricação de telhas (agora desativada), no fundo desta argila jaziam os ossos da preguiça gigante. Ele foi até o local e constatou a ocorrência de fósseis”, contou.
Após a fase de limpeza e conservação dos fósseis no laboratório de Paleontologia da UFPI, que deve durar vários meses, serão apresentados resultados em congressos e em revistas técnicas. “Planejamos também exibir os fósseis no Museu de Arqueologia e Paleontologia da UFPI”, disse o professor.
A expedição na cidade de Corrente teve início na semana passada e contou com estudantes do curso de Arqueologia da Universidade Federal do Piauí e da Universidade Federal de Pernambuco. Ainda de acordo com o pesquisador, há possibilidades de mais espécies de fósseis na região e a equipe planeja outras expedições. (Patrícia Andrade/G1).
2 – Devastação da mata atlântica é a maior desde 2008, diz pesquisa
Reportagem da Folha mostra que desmate cresceu 29% em 12 meses entre 2011 e 2012 em relação ao mesmo período anterior . Levantamento foi feito pelo Inpe e pela ONG SOS Mata Atlântica
O desmatamento da mata atlântica, o bioma mais ameaçado do país, aumentou 29% no último ano em relação ao período entre 2010 e 2011 e é o maior desde 2008.
A área desmatada foi de 235 km2, sendo 219 km2 de perda de florestas, 15 km2 de supressão de vegetação de restinga e 0,17 km2 de destruição de mangues.
O dado, que leva em conta dez Estados avaliados desde 1985 (BA, ES, GO, MG, MS, PR, RJ, RS, SC e SP), está no “Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica”, divulgado pela Fundação SOS Mata Atlântica, em parceria com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Minas Gerais, pelo quarto período consecutivo, é o campeão de desmatamento, com aumento de 70% (107 km2) em relação aos 12 meses anteriores.
“A indústria do carvão, a siderúrgica e as licenças concedidas ilegalmente são causas importantes”, diz Mario Mantovani, diretor de políticas públicas da ONG.
O secretário do Meio Ambiente de Minas Gerais, Adriano Chaves, afirma que, no ano passado, o Estado realizou 2.500 ações de fiscalização nos municípios com maiores taxas de desmate.
“Estamos tomando ações para apertar o cerco contra o desmatamento ilegal.”
Representantes do Ministério Público de Minas Gerais participaram da apresentação do atlas e anunciaram medidas para combater o desmate no Estado.
Foram ajuizadas duas ações civis públicas contra duas fazendas que plantam eucalipto para a produção de carvão, pedindo a suspensão das atividades e a recuperação da área.
A situação também levou à instauração de 18 inquéritos civis contra siderúrgicas que ficam nas proximidades de Sete Lagoas e Divinópolis.
“O objetivo é analisar a origem do carvão que abastece as siderúrgicas e se há ligação com carvão de origem ilegal”, disse o promotor Felipe de Oliveira.
No ranking dos Estados que mais devastaram, a Bahia ficou em segundo lugar, e o Piauí, incluído pela primeira vez no atlas, aparece u em terceiro.
Os destaques positivos são Espírito Santo e Mato Grosso do Sul, que tiveram redução de 93% e 92% do desmate.
Em São Paulo, houve uma redução de 7% comparado ao período anterior. “O que sobrou da mata está em áreas de relevo acidentado. São Paulo agora deve proteger o que resta”, diz Marcia Hirota.
Paulo Ponzoni, do Inpe, assinala a importância de a pesquisa ter incluído pela primeira vez áreas como várzeas, refúgios, dunas e cordões de restinga e não só os remanescentes florestais.
Segundo Hirota, cerca de 20% do desmate pode ter ocorrido em outros períodos e ter sido confirmado apenas agora, porque não havia imagens disponíveis.
A área coberta pela pesquisa, feita com imagens de satélite e trabalho de campo, inclui os 17 Estados em que havia originalmente mata atlântica. Foi avaliado 81% do bioma — porção que não estava coberta por nuvens. (Fernando Tadeu Moraes/Folha de S.Paulo).
3 – Desmatamento na Mata Atlântica é o maior desde 2008
Reportagem de O Globo mostra que Brasil perdeu mais de 23 mil hectares de vegetação entre 2011 e 2012
O Brasil perdeu mais 23.548 hectares (235 km²) da Mata Atlântica entre 2011 e 2012, em 17 estados. Foi o maior desmatamento registrado desde 2008 pela pesquisa do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, divulgado nesta terça-feira pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Foram suprimidos 21.977 hectares (ha) de floresta, 1.554 ha de restinga e 17 ha de mangue. O bioma abrange integralmente 2.481 municípios brasileiros e parte de outros 803, onde vivem 69% da população do país. Considerando apenas os 10 estados acompanhados desde o início da pesquisa, o desmatamento aumentou 29%.
Pelo quarto ano consecutivo, Minas Gerais foi o estado que mais desmatou. Foram cortados 10.752 ha de floresta, um acréscimo de 70% em relação ao período anterior. O vilão foi o desmatamento para abastecer fornos industriais.
– Essas áreas estão sendo destruídas e transformadas em carvão para abastecer siderúrgicas – diz Márcia Hirota, coordenadora do Atlas.
Segundo Márcia, a Secretaria do Meio Ambiente de Minas Gerais foi procurada e os dados coletados foram encaminhados ao Ministério Público Federal, que recorreu à Justiça para impedir que a supressão avance.
– O que ocorre em Minas Gerais é mais do que um desmatamento ilegal. Há uma falsa legalização do empreendimento. O estado autoriza o desmatamento de áreas fracionadas virtualmente e os empreendimentos surgem sem sequer ter licenciamento ambiental – diz o promotor Carlos Eduardo Ferreira Pinto, coordenador das Promotorias de Meio Ambiente do Ministério Público (MP) de Minas Gerais.
– Minas é o estado que tem mais cobertura de mata nativa e é o que mais tem desmatado. É uma situação crítica. Vamos protocolar também um ofício na Secretaria de Meio Ambiente pedindo que não autorizem novos desmatamentos e sejam revisadas todas as autorizações dadas nos últimos tempos – afirma Márcia.
Com base nos dados coletados, o MP ingressou com duas ações civis públicas e três ações criminais. O alvo são os donos dos empreendimentos que desmataram e o governo de Minas Gerais figura também como réu. O maior desmatamento ilegal foi identificado em áreas da Viena Fazendas Reunidas, de 11.501 ha. Segundo os promotores, a área foi fracionada virtualmente para receber autorização de desmatamento pelos órgãos ambientais. Na ação, a multa para compensação ambiental e o valor de ressarcimento pelo lucro ilícito pedidos pelo MP à Justiça chegam a R$ 66,889 milhões. Nesta terça-feira, a Justiça deferiu liminar pedida pelos promotores, paralisando o empreendimento.
A segunda ação foi impetrada contra a Fazenda Turmalina, de 711 hectares, no município de Jequitinhonha, onde foi desmatada área de proteção permanente. De acordo com os promotores, os documentos de autorização de desmate foram emitidos com base em informações falsas. A multa e o ressarcimento por danos ambientais, solicitados pelo MP, somam quase R$ 1 milhão. Em Minas, o município de Jequitinhonha aparece no ranking dos que mais suprimiram mata atlântica no país, com uma área cortada de 86.238 ha.
Segundo a Fundação SOS Mata Atlântica, pela primeira vez foram contabilizados no Atlas remanescentes florestais de Mata Atlântica no Piauí. No estado, segundo Márcia, as áreas estão em bom estado de conservação, mas é crescente a pressão de carvoarias e da monocultura de soja na região. Com a inclusão do Piauí, a área de Mata Atlântica existente no Brasil passa de 7,9% para 8,5% do bioma original. Se forem considerados todos os pequenos fragmentos de floresta natural acima de 3 ha, este índice alcança 12,5%. A cobertura de satélite para mapear as áreas preservadas observou 81% da área do bioma definido pela Lei da Mata Atlântica, que é de 2006, num total de 1.309.736 km². (Cleide Carvalho / O Globo).