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Informativo 569 – Sapo raro e temperatura maior em 1.400 anos

1 – Espécie rara de sapo impede instalação de hidrelétrica no RS

2 – Temperatura global no século 20 foi a maior em 1.400 anos, diz estudo

1 – Espécie rara de sapo impede instalação de hidrelétrica no RS

As obras da usina de Arvorezinha, no Vale do Taquari gaúcho, estão paradas por causa do sapo-de-barriga-vermelha, ameaçado de extinção
Por causa de um sapo que só existe no Rio Grande do Sul, as obras da usina hidrelétrica de Arvorezinha, no Vale do Taquari gaúcho, estão paradas. Ameaçado do extinção, o sapo-de-barriga-vermelha, como é conhecido, tem 3,5 centímetros e habita as margens do rio Forqueta. Segundo o professor de Zoologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Márcio Borges Martins, declarou ao jornal Zero Hora, a espécie é “muito sensível” e pode ser extinta por “qualquer alteração na água, na floresta, no ambiente”. Coordenador da pesquisa que comprovou que o anfíbio só existe em solo gaúcho, Martins tenta agora determinar o tamanho da população dos anfíbios raros na região, e como é possível preservar os animais.

Enquanto os ambientalistas não descobrem o que pode ser feito pelo sapo-de-barriga-vermelha, a Cooperativa Energia Desenvolvimento Rural de Fontoura Xavier (Cerfox) não pode continuar a obra da central hidrelétrica de Perau de Janeiro, a um quilômetro do habitat dos anfíbios. Com investimento de R$ 9 milhões, a expectativa é gerar 1,8 megawatt, energia suficiente para cerca de mil casas. O presidente da Cerfox, Jandir Conte Zanotelli, afirmou à ZH que a questão é “urgente” e que, para acelerar a obtenção da licença ambiental, a cooperativa tem projeto com área destinada ao sapo raro. Além disso, há intenção de parceria com a universidade para monitoramento da espécie. A licença de instalação está sendo avaliada pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). (Portal Terra)

 

2 – Temperatura global no século 20 foi a maior em 1.400 anos, diz estudo

Cientistas analisaram as temperaturas no planeta nos últimos 2 mil anos. Fato é atribuído a ciclo natural do Sol e a flutuação de erupções vulcânicas
Estudo publicado neste domingo (22) na revista “Nature Geoscience” reconstruiu em escala global as temperaturas do planeta dos últimos 2 mil anos e constatou que o século 20, período em que a influência humana se tornou mais significativa, foi o mais quente em todo o planeta em 1.400 anos.

A pesquisa da “Nature” mostra que o fato pode ser atribuído a ciclos naturais na órbita planetária e a flutuações causadas por erupções vulcânicas e variações na atividade solar.

A partir da análise, os cientistas puderam verificar ainda que outros fenômenos climáticos não afetaram simultaneamente todos os continentes, como o Período Quente Medieval, ocorrido entre os séculos 9 e 14, e a Pequena Idade do Gelo, entre os anos de 1.550 e 1850 – diferentemente do que ocorreu no século passado.

Esta nova forma de medição vai possibilitar aos pesquisadores, no futuro, a entender melhor as causas da variabilidade climática e ajudar a prever mudanças no planeta.

O estudo, coordenadao pela Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, e que teve a participação de 78 cientistas de 24 países, conseguiu refazer o “mapa da temperatura” a partir de 511 amostras que incluem medições dos anéis em troncos de árvores, recifes de corais, núcleos de gelo, formações em cavernas, além de documentos históricos.

Impactos regionais

Segundo Steven Phipps, um dos autores da investigação científica, a característica surpreendente do aumento repentino da temperatura média global no século 20 se deu depois de uma tendência de resfriamento global, que durou mais de um milênio.

No entanto, ela afeta todo o planeta, diferentemente de outros fenômenos que afetaram a Terra na antiguidade, que tiveram impacto regional.

De acordo com o pesquisador, o Hemisfério Norte foi mais quente entre os anos 830 e 1.000, enquanto que a região do Hemisfério Sul não experimentou o aumento da temperatura até os anos 1.160 e 1.370.

Já a Pequena Idade do Gelo ocorreu devido à redução da atividade solar e queda das erupções vulcânicas, com impacto na região do Ártico, Europa e Ásia (antes de afetar a América do Norte o Hemisfério Sul). (G1)