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Informativo 565 – Ave gigante de 35 milhões de anos; novo gigante e baleia azul de 2 mil anos

1 – Descoberto fóssil de ave gigante que viveu há 35 milhões de anos

2 – Museu Nacional apresenta novo gigante pré-histórico brasileiro

3 – Fóssil de baleia azul com quase 2 mil anos pode ajudar a evitar extinção da espécie

 

1 – Descoberto fóssil de ave gigante que viveu há 35 milhões de anos

A descoberta foi feita em 6 de marçopor pesquisadores peruanos
Paleontólogos peruanos descobriram na região de Ica (sul) os restos fossilizados de uma ave de grandes proporções com vestígios de pele com 35 milhões de anos, disse à AFP um dos especialistas.

“Encontramos os restos fósseis de uma ave gigante de 25 milhões de anos no deserto de Ica”, disse à AFP Klaus Hönninger, que chefiou uma expedição que chegou até o local da descoberta.

Hönninger afirmou que os restos da ave de 1,8 metro de altura podiam pertencer a um pelicano gigante que viveu durante o Período do Oligoceno, que começou há 40 milhões de anos e terminou há 23 milhões de anos.

“O fóssil conserva claramente os restos de pele, é uma descoberta sensacional porque não se tem documentação alguma de algo similar em nenhuma parte do mundo”, informou o estudioso.

A descoberta foi feita em 6 de março no deserto costeiro do departamento (estado) de Ica, local onde se situa um cemitério de baleias, tubarões e pinguins fossilizados.

Em janeiro, o rali Dakar 2013 percorreu essa região desértica, causando grande mal-estar entre os cientistas peruanos por danos aos vestígios fossilizados provocados na corrida de 2012.

O Museu Meyer Hönniger reúne paleontólogos peruanos e estrangeiros que conseguiram documentar no deserto de Ica fósseis de baleias, golfinhos, tubarões de grandes proporções e outros vestígios de vida marinha. (info abril)

 

2 – Museu Nacional apresenta novo gigante pré-histórico brasileiro

A descoberta será apresentada por paleontólogos na quarta-feira, dia 20 de março
A pesquisa de um novo e importante animal pré-histórico descoberto no Brasil, coordenada por pesquisadores do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro em parceria com outras instituições científicas, será apresentada em coletiva à imprensa no próximo dia 20 de março. Trata-se do maior indivíduo do grupo encontrado no hemisfério sul.

A apresentação, que incluirá outros animais de grande porte encontrados no mesmo local, será conduzida pelo professor Alex Kellner, um dos descobridores do fóssil, e outros pesquisadores convidados.

Na ocasião, os jornalistas poderão conferir, em primeira mão, o modelo em tamanho natural do esqueleto do animal e a construção, também em tamanho natural, da cabeça, ambas produzidas nos laboratórios do Museu Nacional/UFRJ.

A coletiva de imprensa será no próximo dia 20 de março, quarta-feira, às 9 horas, no auditório Roquette Pintodo Museu Nacional/UFRJ, na Quinta da BoaVista, São Cristóvão, Rio de Janeiro. (Assessoria de Imprensa do Museu Nacional / UFRJ)

 

3 – Fóssil de baleia azul com quase 2 mil anos pode ajudar a evitar extinção da espécie

Parte do crânio do animal foi encontrado por um morador da praia do Leste, no município de Iguape, litoral sul paulista, em agosto do ano passado
Um fóssil de baleia azul (Balaenoptera musculus) com aproximadamente 1,8 mil anos, encontrado na praia do Leste, no município de Iguape, litoral sul paulista, poderá ajudar a evitar a extinção da espécie. “Nós encontramos ossos da coluna vertebral e pegamos a bula timpânica, que é equivalente ao ouvido. [Isso] vai permitir que eu possa identificar com certeza a espécie”, explica o professor Francisco Buchmann, coordenador do Laboratório de Estratigrafia e Paleontologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Parte do crânio do animal foi encontrado por um morador local, em agosto do ano passado. Ewerton Miranda de Souza entrou em contato com a Sociedade Brasileira de Paleontologia que indicou o laboratório da Unesp para remover e avaliar os ossos. Nesta semana, a idade do osso foi atestada após análise de um laboratório americano especializado em datação por meio do carbono 14. Estima-se que a peça tenha entre 1,8 mil e 1,9 mil anos.

Buchmann destaca que, atualmente, existem apenas entre 100 e 200 baleias dessa espécie no mundo. “Normalmente, fala-se que a [população de] baleia azul está crescendo, mas [com essa descoberta] vai ser possível provar com certeza que sim ou que não. [Será possível dizer]: eu não acho que é uma baleia azul, eu tenho certeza que é uma baleia azul”, explica.

Na avaliação do professor, a espécie continua bastante ameaçada, pois a pesca é intensa, especialmente em países como a Noruega e o Japão. “A pressão é muito grande. Esses animais levam, às vezes, dez, 20, 30 anos para fazer um filhote. Se eu matar três quartos [da espécie], para ter esses três quartos de novo vou ter que esperar 50 ou 100 anos para recuperar e não dá tempo, porque no ano que vem vão continuar matando”, apontou.

Além de contribuir para a conservação da espécie, a descoberta vai permitir estudos sobre a variação do nível do mar. “Inicialmente, eu pensei que o fóssil teria 6 mil anos, porque foi quando teve uma grande variação do nível do mar”, explica. Depois de constatada a idade dos ossos, Buchmann concluiu que a fossilização ocorreu em virtude de um grande evento natural, como por exemplo uma tempestade.

“[Ocorreu] algo que encalhou esse animal na praia e rapidamente esse mesmo evento soterrou o animal. Ele ficou pelo menos parcialmente soterrado e isso favoreceu a fossilização”, explicou. De acordo com o pesquisador, “todo organismo tem grande potencial de se tornar um fóssil, mas se ele cair na rua, por exemplo, ele apodrece. Agora, se um animal for soterrado, ele fica isolado do oxigênio, então ele não apodrece, ele fossiliza. As condições do ambiente favoreceram isso”, esclareceu.

A praia onde os ossos foram encontrados tem rápida erosão, segundo o pesquisador, e foi isso que possibilitou a descoberta dos fósseis. “Em 2011, a distância do mar para onde a baleia foi encontrada era 700 metros. Isso quer dizer que, em 11 anos, o mar invadiu 700 metros, caíram várias casas, ruas inteiras desapareceram. Debaixo de uma das casas que caiu, apareceu essa baleia”, relatou. Desde que ossos foram descobertos, o mar já avançou mais e agora a área está sob a água. (Camila Maciel / Agência Brasil).