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Informativo 540 – Expansão; Ameaças e perspectivas

1 – Com expansão, formação de professores é prioridade para universidades

2 – Os biomas do Maranhão e a Mata Atlântica: ameaças e perspectivas

 

1 – Com expansão, formação de professores é prioridade para universidades

 

Seguindo a tendência mundial, o Brasil tem passado por um processo meteórico de expansão do ensino superior. Mas a crescente universalização tem um efeito colateral grave: a queda da qualidade, de acordo com Liz Reisberg, do Boston College (Estados Unidos). Segundo Reisberg, nesse contexto, a formação de professores qualificados passa a ser a prioridade número um para países como o Brasil.

Pesquisadora do Centro para Educação Superior Internacional (CIHE, na sigla em inglês) do Boston College, Reisberg é considerada uma das principais especialistas em questões relacionadas à internacionalização, acesso, equidade e qualidade e na reforma do ensino superior na América Latina. Sua experiência no continente teve início durante o doutorado, sobre novas estratégias para aprimorar a qualidade do ensino superior na Argentina.

 

Consultora de diversas universidades, governos e agências internacionais, Reisberg foi coautora do relatório Tendências Globais da Educação Superior: rastreando uma revolução acadêmica, publicado em 2009 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

 

Entre os dias 18 e 21 de julho, Reisberg participou da organização e das atividades da 1ª Escola Zeferino Vaz de Educação Superior (eZVes), realizada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O evento reuniu dirigentes do ensino superior e alguns dos principais especialistas do mundo na área, com a finalidade de analisar e debater as tendências e desafios desse setor educacional. Confira a entrevista publicada na Agência Fapesp.

 

Agência Fapesp – O que caracteriza de forma mais marcante as tendências globais do ensino superior?

Liz Reisberg – À medida que passamos de uma sociedade de trabalhos manuais para uma sociedade tecnológica, o ensino superior ganhou mais importância e mais responsabilidade em relação à inovação e ao desenvolvimento econômico. Aumentou muito a mobilidade de estudantes e pesquisadores e a cooperação internacional entre as instituições. Mas talvez a característica mais marcante dessas mudanças, especialmente na última década, seja uma tendência à expansão e universalização do ensino superior. Países como Brasil, Índia e China estão no centro das atenções, porque são sociedades que se modernizaram e ganharam muita importância na economia internacional, gerando uma demanda muito grande de mão de obra qualificada. O ensino superior nesses países se tornou uma prioridade urgente e a expansão das universidades nesses lugares tem sido imensa, especialmente no Brasil. Só que essa expansão gerou também um grande problema: inserir mais gente no ensino superior tem um impacto importante nos custos e na qualidade desse ensino.

 

É possível conciliar expansão e qualidade?

Liz Reisberg – É muito difícil. Acesso, custo e qualidade são fatores estreitamente correlacionados, não se pode alterar um deles sem ocorrer impactos sobre os outros. É preciso encontrar um equilíbrio, mas isso não tem acontecido. Brasil, Índia e China expandiram muito rapidamente e a qualidade caiu demais. É muito fácil controlar o equilíbrio entre expansão, custo e qualidade quando só se tem 5% ou 6% da população com idade universitária inserida no sistema de ensino superior. Mas quando se está na situação de grande parte dos países hoje, com 40% ou 50% dos jovens nas universidades, a dificuldade para encontrar esse equilíbrio se torna um pesadelo. No Brasil o que se tem feito é expandir, em primeiro lugar, enquanto a preocupação com a qualidade vem a reboque.

 

Esse impacto da expansão na qualidade se deu tanto no campo do ensino como no campo da pesquisa?

Liz Reisberg – Estou me referindo ao lado educacional. A pesquisa está restrita a um número muito pequeno de instituições. Apesar da enorme expansão universitária, o Brasil provavelmente não aumentou seu número de pesquisadores no mesmo ritmo. O país tem um grupo de elite produzindo pesquisa de classe mundial, um grupo concentrado, e muito poucas universidades. Mas não acho que a qualidade da pesquisa está afetada pela expansão. O país precisa ainda aumentar o número de pesquisadores.

 

Por que a expansão exerce tanto impacto negativo na qualidade do ensino? Há falta de professores?

Liz Reisberg – É muito mais fácil expandir o número de estudantes que aumentar o número de professores qualificados. Para produzir um professor novo, é preciso pelo menos seis anos, normalmente oito anos, às vezes dez anos. É um processo muito longo. Podemos aumentar muito o número de estudantes em um ano, com uma decisão política. Acho que por trás do problema da qualidade – em particular no Brasil, China e Índia – temos um lapso entre o número crescente de estudantes e o número de professores qualificados. É um imenso desafio. Vejo o programa Ciência Sem Fronteiras como uma tentativa de aumentar o número de professores qualificados, mas é preciso mais. A China está fazendo algo semelhante, mas não na mesma escala, o que é surpreendente, porque eles precisam ainda mais de professores qualificados.

 

O que poderia ser modificado na maneira como são formados os professores?

Liz Reisberg – Acho que há algumas soluções criativas que o Brasil não está aproveitando. Uma delas é abrir mais espaço para professores que tenham apenas o mestrado, mas não doutorado, formando equipes com apenas um professor doutor, que trabalharia como mentor. Esse professor sênior poderia, ao mesmo tempo, dirigir e avaliar a atuação dos outros docentes em sua atividade de ensino e ajudá-los a capacitá-los como pesquisadores. Até onde sei, o Brasil não está usando esse recurso. Além de enviar gente para fora do país ou para programas de doutoramento, é importante investir na capacitação dos professores que já têm mestrado, usando a qualificação dos professores doutores como guia.

 

É possível elevar a qualidade do ensino ao nível da pesquisa feita no Brasil?

Liz Reisberg – Sim, contanto que as prioridades sejam repensadas. Todo sistema de ensino superior tem pesquisadores, mas não é correto pensar que todos os professores precisam ser excelentes pesquisadores. Eles precisam ter boas habilidades de pesquisa apenas para transmitir essas habilidades aos alunos, mas não é todo professor que precisa necessariamente fazer pesquisa importante. O que precisamos é ter bons professores. Ter bons professores é mais importante que ter bons pesquisadores.

 

Por quê?

Liz Reisberg – Um dos problemas que discutimos no workshop na Unicamp foi que a maior parte das pessoas que vão à universidade, no Brasil, está apenas em busca de inserção em uma carreira profissional. Formam-se muito mais profissionais do que pesquisadores. Esses estudantes precisam de ensino de excelência. Só que no Brasil o sistema recompensa apenas os bons pesquisadores, mas não recompensa nem incentiva os bons professores. Na maior parte dos países ocorre o mesmo: os docentes são avaliados pela quantidade de pesquisa que produzem. Esquecem que a maior parte dos alunos precisa exatamente de excelência no ensino. Repito: nem todos os professores precisam ser ótimos pesquisadores. É preciso dar mais ênfase em cultivar a excelência no ensino. Esse é um novo movimento no mundo, uma tendência.

 

Para estimular a excelência do ensino, então, é preciso repensar todo o sistema de ensino superior?

Liz Reisberg – Não necessariamente. Muita coisa pode ser feita isoladamente. Por exemplo, durante o workshop em Campinas, o professor Peter Dourmashkin falou sobre a experiência de ensinar Física no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Eles perceberam que muitos estudantes no primeiro ano fracassaram, ou simplesmente desistiram da carreira, alegando dificuldades. Peter e seus colegas descobriram que o problema não era que a física era muito difícil, mas que estava sendo mal ensinada. Tiveram que mudar completamente a maneira de ensinar e obtiveram sucesso. Tratava-se de uma situação pela qual todos já passamos: temos um excelente pesquisador ensinando ciência, mas talvez ele seja um péssimo professor. Isso desilude muitos estudantes. No MIT, uma das principais instituições científicas do mundo, eles admitiram: não estamos fazendo um bom trabalho de ensino. Ensinar, para mim, é de maneira geral uma atividade criticamente subvalorizada nas universidades, mas reconhecer o problema já é um grande passo.

 

A senhora disse que nem todo professor precisa ser um grande pesquisador. Todas as boas universidades precisam se dedicar à pesquisa?

Liz Reisberg – Precisamos parar de pensar que todas as universidades se tornem instituições de excelência em pesquisa e começar a pensar em um sistema de classe mundial. Precisamos desenhar sistemas nacionais para abordar uma gama mais ampla de necessidades para a educação superior. Nem é preciso que o Brasil invista só em universidades. Seria importante investir também em um nível universitário mais técnico, de curto prazo. No Brasil, acho, há um grande lapso entre a escola secundária e a universidade. Se tivéssemos mais desses programas, talvez fosse possível atenuar essa lacuna e dar a esses jovens as habilidades que eles não tiveram na escola secundária.

 

Qual sua opinião sobre o vestibular como sistema de acesso à universidade?

Liz Reisberg – É problemático, mas não conheço nenhum país que resolveu isso. O Enem poderia ser uma solução interessante, mas o problema é que acaba privilegiando os estudantes de escolas privadas, que têm melhor qualidade. É um padrão de qualidade interessante para selecionar os alunos, mas gera um problema de equidade. A China tem um exame nacional com foco no mérito, o que resolve o problema da equidade. Mas a competição é tão acirrada e o estresse é tão grande – os candidatos chegam a estudar 13 horas por dia – que o fracasso muitas vezes leva ao suicídio. Não acho que seja uma boa ideia. É justo em relação ao mérito, mas destrói a saúde mental das pessoas. É realmente muito difícil pensar em uma alternativa. Gosto muito do que a Unicamp está fazendo como o ProFis [Programa de Formação Interdisciplinar Superior].

 

Por que a senhora admira o ProFis?

Liz Reisberg – Trata-se de um curso piloto voltado para estudantes que cursaram o ensino médio em escolas públicas de Campinas. Os estudantes são selecionados pelas notas do Enem e recebem uma visão integrada das várias áreas, por dois anos. Os que obtêm sucesso podem ingressar na Unicamp sem vestibular. É um experimento muito interessante. É uma maneira de diminuir a lacuna entre a escola secundária e a universidade também. Acho que não é perfeito, mas dá mais acesso à oportunidade de entrar uma universidade de qualidade. É uma alternativa muito inovadora que não requer diminuição da qualidade.

 

A privatização, a terceirização, a cobrança de taxas e mensalidades em universidades públicas foram consideradas pelo relatório da Unesco como tendências. No Brasil há grande resistência a isso. Qual sua opinião sobre essa tensão?

Liz Reisberg – É uma questão internacional e ninguém tem uma resposta ideal para isso também. Achamos que, em longo prazo, ter um bom sistema de educação superior gratuito não é algo sustentável. É inviável manter esse sistema para sempre, especialmente com a expansão. No Brasil, há uma forte cultura contrária à cobrança. A gratuidade é vista como um direito que não pode ser retirado. Mas não se trata, nesse caso, de um dogma neoliberal: é uma concepção equivocada afirmar que a universidade tem que ser gratuita, pelo simples fato de que nada é gratuito. A questão é quem está pagando. A ideia da gratuidade é uma armadilha. Adoraria que a educação fosse gratuita, mas isso é insustentável do ponto de vista econômico.

 

Dos sistemas existentes, qual poderia ser apontado como modelo?

Liz Reisberg – Como eu disse, nenhum é ideal. Mas a Austrália tem um sistema do qual eu gosto muito. Os estudantes são bastante subsidiados, mas pagam algo de acordo com a renda familiar. Ou podem conseguir um empréstimo e pagar de volta. Mas, diferentemente dos Estados Unidos – onde todos precisam ressarcir o investimento no final, com juros -, na Austrália o pagamento é mensal e nunca pode superar 4% da renda do indivíduo.

 

As universidades têm buscado a internacionalização. Há algo que pode ser feito para potencializar esse esforço?

Liz Reisberg – Reconheceu-se que é impossível hoje viver em um universo restrito ao local e aumentaram muito as cooperações internacionais e intercâmbio de estudantes e pesquisadores. Uma tendência, a partir de agora, é investir em experiências internacionais de período mais curto. Desenvolver programas que possibilitem participações rápidas em programas no exterior. Pode ser por duas semanas, ou um mês, durante as férias. Para um estudante norte-americano, por exemplo, há uma grande diferença entre estudar antropologia em um livro e passar duas semanas no meio da floresta peruana. É algo que tem um custo, mas não se compara ao dos programas mais longos. Acho que o Brasil poderia investir mais nessa dimensão da internacionalização.

 

Com as novas tecnologias o acesso à informação ficou muito fácil e isso poderia abrir espaço para uma mudança no conteúdo do que é ensinado na universidade. Essa mudança está ocorrendo?

Liz Reisberg – Começa a ocorrer, mas está ainda muito longe do que seria satisfatório. No Brasil, me parece que há uma ênfase grande demais no conteúdo. O professor quer passar tudo o que sabe sobre física, psicologia, matemática. É o modelo que fazia sentido há 100 anos. O professor passava, na classe, essa informação que não podia ser conseguida em outro lugar. Agora, podemos encontrá-la no Google. As pessoas andam com seus computadores no bolso. Por que gastar horas de aula com esse tipo de informação? Seria melhor dedicar esse tempo ao aprimoramento do espírito crítico, à análise, incentivar criatividade, pensamento, colaboração. Dependendo da área, calcula-se que pelo menos 20% do que você aprende na graduação já está obsoleto quando você chega à pós-graduação. Falamos muito nisso no seminário e aparentemente esse movimento já começou no Brasil.

 

Sobre a questão da avaliação da pesquisa na universidade: como encontrar o equilíbrio entre a quantidade de publicações e a qualidade?

Liz Reisberg – Há uma grande pressão por publicar em alguns países, incluindo o Brasil. Se só recompensamos as pessoas pelo número de artigos publicados, estamos estimulando a pesquisa de baixa qualidade e até mesmo estimulando a fraude dos periódicos que aceitam pagamento para publicar. Trata-se de uma perversão do sistema, semelhante à questão do equilíbrio entre ser bom pesquisador e ser bom professor. Precisamos nos preocupar em que atitude o sistema está recompensando e como essa escolha influencia a qualidade.

 

Para melhorar a qualidade da pesquisa é preciso criar bons mecanismos de avaliação. Como fazer isso?

Liz Reisberg – Se eu tivesse essa resposta, sem dúvida ganharia o prêmio Nobel. (Agência Fapesp).

 

2 – Os biomas do Maranhão e a Mata Atlântica: ameaças e perspectivas

 

Espécies extintas, hotspots e questionamentos políticos em relação a essas regiões movimentaram o debate na 64ª Reunião Anual da SBPC.

Os biomas brasileiros foram analisados numa mesa-redonda nesta quinta-feira (26), durante a 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em São Luís, mais especificamente os biomas que existem no estado do Maranhão (Amazônia, Caatinga e Cerrado) e a Mata Atlântica. A conferência contou com a participação de Adalberto Luis Val, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa); Gustavo Martinelli, do Centro Nacional de Conservação da Flora/Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (CNCFlora/Iphan) e Carlos Martínez Ruiz, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

 

Val, que coordenou a mesa, destacou que o Maranhão representa um encontro de biomas e uma região de “forte ebulição biológica”, que promove o “encontro de diferentes comunidades”. “É uma mina de ouro biológica, é o sonho de consumo de qualquer biólogo trabalhar aqui e ver como se dão as transições”, opina.

 

Carlos Martínez Ruiz completa dizendo que o Maranhão é “uma encruzilhada geográfica” e que seus biomas concentram Mata de Transição, Cerrado, Campos, Floresta Equatorial, manguezais e vegetação de restinga. E enumerou uma série de características da região, como a biodiversidade intensa, com, por exemplo, setecentas espécies de aves – o Brasil tem cerca de 1.800. Só o estado possui mais espécies do que a Europa, que tem por volta de seiscentas.

 

“Pré-Amazônia”- Ruiz chamou a atenção para a questão “política” de chamar a parte amazônica do Maranhão de “pré-Amazônia”. “Isso é falso, a Amazônia maranhense é Amazônia. Isso a deixa com menor valor para conservação”, alerta. O pesquisador também falou do equilíbrio climático da região e do papel regulador dos biomas. “Engana-se quem pensa que se pode resolver os problemas do Nordeste sem resolver os da Amazônia”, pontua.

 

Ele também apontou as principais ameaças aos biomas maranhenses: as carvoarias, “um desastre que explora tudo e não deixa nem a capoeira”; a pecuária extensiva, “de baixíssimo rendimento por hectare devastado”; e o agronegócio, “que substituiu as práticas tradicionais por uma lógica mercantilista que não deixa benefícios para as populações locais.”

 

Também sublinhou o fato de as pessoas “confundirem” o plantio de eucaliptos com reflorestamento. “É muito cinismo”, opina, lembrando argumentos políticos. O plantio dessa árvore, usada para a produção de celulose, acidifica o solo e ameaça a biodiversidade. E lembra que em 2008 o estado contabilizava 17% de desmatamento de suas florestas e se o ritmo continuar, em 2050 serão 40%.

 

Mata Atlântica – Por sua vez, Gustavo Martinelli descreveu características da Mata Atlântica que ocupa 1,35 milhão de quilômetros quadrados do País (cerca de 16%). Fica atrás apenas da Amazônia (47,65%) e do Cerrado (23,49%). Ele lembra de alguns ecossistemas do bioma que também existem no Maranhão, como restingas e mangues.

 

Ele frisou também o conceito de ‘hotspot’ para biomas ou regiões com extrema riqueza, geralmente associados a um grande processo de destruição. Nesse sentido, conta que 77% da população brasileira vive em áreas da Mata Atlântica, que abrange dezessete estados da Federação e é patrimônio mundial da ONU.

 

Martinelli recorda que, da Mata Atlântica original, restam 7,9%. Ainda assim, o bioma, o único a ter uma lei específica para protegê-lo, concentra por volta de 21 mil espécies, sendo que o Brasil contabiliza 60 mil. No entanto, a lista de extinção na Mata Atlântica ronda as 700 espécies. “Segundo dados da SOS Amazônia e do Inpe, o equivalente a um campo de futebol é destruído a cada quatro minutos”, lamenta.

 

Perguntado por Val a respeito da lei de acesso à biodiversidade, que causa polêmica entre os cientistas a respeito da coleta e acesso aos recursos, Martinelli se disse “extremamente irritado com esse gargalo”. “Essa MP vinha carregada de uma visão que todos nós somos biopiratas a não ser que provemos o contrário”. Por sua vez, Ruiz pediu “mais investimentos em ciência e menos burocracia”.

 

“É claro que o Brasil precisa se proteger, se fazer respeitar lá fora, mas é praticamente impossível o País conseguir proteger toda sua biodiversidade, não pode se tornar um ‘bunker’. A solução para se tornar competitivo é jogar na defensiva e na ofensiva também, mexer na biodiversidade antes que outros mexam”, conclui o pesquisador da UFMA. (Clarissa Vasconcellos – Jornal da Ciência)