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Informativo 501 – Europeus; Fósseis misteriosos; Curso Legislação Ambiental e Hora do Planeta 2012

1 – Europeus criticam mudança no Código Florestal em carta

2 – Fósseis misteriosos seriam de nova espécie humana

3 – Curso em Legislação Ambiental

4 – Hora do Planeta 2012

 

1 – Europeus criticam mudança no Código Florestal em carta

Grupo encabeçado por Daniel Cohn-Bendit escreve a Dilma Rousseff, pedindo para que ela mantenha promessas de campanha e não suavize lei florestal.
Um grupo de parlamentares europeus enviou anteontem (13) uma carta para a presidente Dilma Rousseff criticando o posicionamento do governo federal em torno da iminente mudança do Código Florestal. Eles se dizem preocupados com a proposta de modificação da lei e “as severas consequências ambientais e sociais ao planeta que ela pode causar”.

O texto, encabeçado por Daniel Cohn-Bendit, líder do grupo verde no Parlamento Europeu, é também assinado por outros três parlamentares, pela presidente do Partido Verde europeu, pelo prefeito de Montreuil (França) e dois economistas. Cohn-Bendit lembra que apoiou a candidatura de Dilma no segundo turno da eleição por acreditar que essa seria “a única chance real de proteger o ambiente”.

“Seu programa (eleitoral) prometeu evitar o enfraquecimento da legislação florestal, que recentemente começou a reduzir o desmatamento na floresta amazônica e em Mato Grosso. Entretanto, apesar dos argumentos científicos e legais contrários, a Câmara dos Deputados está pronta para aprovar um novo projeto de Código”, escreve.

O grupo segue argumentando que a suavização da lei vai beneficiar os interesses do agronegócio ao custo da sociedade brasileira e do mundo. “Esse retrocesso dramático vai impactar muitos milhões de hectares de floresta valiosa, com conseqüentes emissões de gases-estufa em escala colossal, aumento de erosão de solo, de risco de inundações e deslizamento de terra e dos custos da produção agrícola.”

Na carta, Cohn-Bendit e colegas também afirmam que o Brasil tem construído uma imagem de um país comprometido com as questões ambientais ao estabelecer metas e instrumentos para a redução dos níveis de desmatamento e das emissões de gases de efeito estufa. Tudo isso, segundo eles, estaria ameaçado pelas mudanças em discussão. “Apelo para que você use sua influência para evitar a suavização da legislação florestal. Confio que vá manter sua palavra e proteger as florestas brasileiras e o clima do mundo”, conclui.

A Secretaria de Imprensa da Presidência informou que ainda não havia nenhum registro de recebimento da carta e só se pronunciaria após recebê-la.

Pressão – Para o deputado Sarney Filho (PV-MA), contrário às mudanças do Código, a carta dos parlamentares europeus é legítima, uma vez que o problema das mudanças climáticas transpõe fronteiras. E pode servir de alerta sobre o que pode ocorrer na Rio+20. “Se a lei passar do jeito que está, a presidente vai enfrentar muitos dissabores.”

Márcio Astrini, da campanha da Amazônia do Greenpeace, acredita que a carta pode ter um efeito de pressão sobre Dilma. “O País vende uma imagem lá fora de promoção das questões ambientais. Isso gera uma responsabilidade sobre esse produto que está sendo cobrada. A carta se soma às manifestações nossas, da CNBB, da SBPC, de milhões de pessoas que fizeram abaixo-assinado contra a mudança.” (O Estado de São Paulo)

 

 

2 – Fósseis misteriosos seriam de nova espécie humana

Povo de cavernas chinesas pode acrescentar uma linhagem à história de nossa evolução.
Quatro indivíduos de cérebro arredondado, rosto curto e mandíbula recuada podem escrever um novo capítulo da evolução humana. Seus fósseis, que teriam entre 11 mil e 14,5 mil anos, foram encontrados em duas cavernas no sul da China há décadas, mas só agora estudados por arqueólogos. Como ainda não foi possível extrair o DNA do material, os pesquisadores ignoram se esses hominídeos seriam Homo sapiens ou integrantes de uma nova espécie. Algo, porém, já é certo: a descoberta leva os holofotes à Ásia, continente que, mesmo concentrando mais de metade da população global, quase nada sabe sobre o início de sua ocupação.

A mistura de traços modernos e arcaicos nos vestígios encontrados denuncia uma população que sumiu sem deixar descendentes. Além de ser um sinal de que, da África, berço da nossa espécie, saíram tipos mais diversos do homem moderno do que a ciência imaginava. Por falta de uma definição biológica, os indivíduos descobertos estão sendo chamados pelos cientistas de “povo do veado vermelho”. Dois motivos: uma das cavernas onde estavam os fósseis chama-se Maludong (“veado vermelho”); além disso, o animal fazia parte do cardápio desses hominídeos.

Em Maludong, que já foi uma pedreira, os fósseis foram encontrados em 1989; em Longlin, a outra caverna, a descoberta ocorreu dez anos antes. Mas, por falta de interesse ou estrutura, as peças permaneceram em gavetas até 2008, quando uma equipe liderada pelo antropólogo Darren Curnoe, da Universidade de New South Wales, na Austrália, comparou o material das duas localidades e foi atrás de novos vestígios. Mesmo situados em províncias diferentes – embora ambos no sul da China -, todos pertencem aparentemente ao mesmo povo.

O que mais surpreendeu Curnoe e sua equipe foi a comparação entre o crânio daquele povo com outros grupos pré-históricos. Havia grupos semelhantes, mas na Nigéria e na África do Sul, e bem mais antigos, de 100 mil anos atrás.

Pouco depois disso, há cerca de 80 mil anos, o homem moderno deixou a África para explorar a Eurásia. Até chegar a Austrália, o que teria ocorrido 20 mil anos depois, várias populações ficaram no caminho. Curnoe acredita que o povo estudado por ele seria uma dessas. Pensa, também, que o grupo teria sobrevivido à Idade do Gelo, por volta de 11 mil anos atrás, quando houve radicais mudanças climáticas. O descongelamento do planeta exterminou boa parte da megafauna – inclusive o veado vermelho.

Segundo o arqueólogo, a comunidade que estuda seria de caçadores-coletores, ou seja, eles obtinham seus alimentos por fontes selvagens. Dessa forma, viviam dispersos pela paisagem, em pequenos grupos familiares.

“Uma das principais questões para o estudo da evolução humana é a falta de definições biológicas satisfatórias relacionadas à nossa própria espécie”, explicou Curnoe. “Por isso precisamos ter muita cautela em classificar o povo do veado vermelho. Acredito, no entanto, que ele seja representante de uma nova linha evolucionária. Seu crânio é anatomicamente único. Ele parece muito diferente dos homens modernos, seja os de hoje ou daqueles que viveram na África 150 mil anos atrás. E, também, porque eles sobreviveram até há 11 mil anos, um período em que muitas populações semelhantes ao homem moderno viveram ao mesmo tempo no Oriente, mas ele deve ter se isolado delas”.

Os pioneiros na exploração da Ásia são praticamente desconhecidos. Até agora, nenhum fóssil com menos de 100 mil anos havia sido encontrado nas terras continentais do Leste do continente. O Denisova hominin, já conhecido pela ciência, viveu nas cavernas da Sibéria até um milhão de anos atrás. E as ilhas indonésias foram lar de outra espécie primitiva: o Homo floresiensis, que, devido ao seu porte nanico – tinha apenas 1 metro de altura – é conhecido como “hobbit”.

“Esta espécie ainda é um grande mistério para a ciência”, admite Curnoe. “Ela lembra muito as primeiras formas do gênero Homo, encontradas na África milhões de anos atrás. São muito diferentes do povo do veado vermelho, que parece com o homem moderno. Certamente os ‘hobbits’, no fim da Idade do Gelo, já estavam isolados nas ilhas da Indonésia, e, por isso, não tiveram contato com a população que analisamos agora”.

A comunidade científica internacional espera que, com a abertura da economia chinesa e de vizinhos do país, arqueólogos consigam encontrar novos ascendentes do homem moderno. E, assim, fique comprovada a variedade de nossa herança genética. “Sabemos muito pouco sobre as fases recentes da evolução humana na Ásia. Com nosso estudo, mostramos como é complicada e interessante nossa própria história logo após a Idade do Gelo. Havia uma grande diversidade de populações, algo que, uma década atrás, não tínhamos ideia que acontecia”.

A descrição dos homens das cavernas foi publicada esta semana na revista “PLoS One”. (O Globo)

 

3 – Curso em Legislação Ambiental

De 19 a 21 de março, profissionais que atuam na área de meio ambiente e que necessitam aprofundar os seus conhecimentos sobre a Legislação Ambiental Brasileira e Mineira poderão participar do curso de curta duração Legislação Ambiental. O curso será realizado das 8h30 às 17h30, na sede do Ietec (Rua Tomé de Souza, 1065, Savassi). Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (31) 3223-6251 e (31) 3116-1000, e pelo e-mail cursos@ietec.com.br .

 

4 – Hora do Planeta 2012

A Hora do Planeta, conhecida globalmente como Earth Hour, é um ato simbólico no qual todos são convidados a mostrar sua preocupação com o aquecimento global. É uma iniciativa global da Rede WWF para enfrentar as mudanças climáticas. Durante a Hora do Planeta, pessoas, empresas, comunidades e governo são convidados a apagar suas luzes pelo período de uma hora para mostrar seu apoio ao combate ao aquecimento global. A data para a mobilização mundial Hora do Planeta 2012 já está definida: será no sábado, 31/03, das 20h30 às 21h30. Esta será a quarta vez que o Brasil participará, oficialmente, da Hora do Planeta. Nos outros anos, não só sociedade civil mas também governos e empresas nacionais aderiram à mobilização e símbolos importantes do país – como o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e o Auditório do Ibirapuera, em São Paulo – foram apagados durante os sessenta minutos. Mais informações: www.earthhour.org e www.horadoplaneta.org.br .