1 – Botânicos fazem lista com 1,25 milhão de nomes de plantas
2 – EUA declaram pássaros brasileiros como ameaçados de extinção
1 – Botânicos fazem lista com 1,25 milhão de nomes de plantas
Banco de dados traz denominações científicas e comuns de vegetais. Com maioria das espécies conhecidas, ‘Plant List’ está disponível online
Botânicos britânicos e norte-americanos anunciaram nesta quarta-feira (29) ter inventariado 1,25 milhão de denominações de plantas, dando forma à lista mais ampla do mundo, que pode ser consultada no site www.theplantlist.org, em inglês.
O banco de dados, considerado uma contribuição essencial para a preservação da flora global, contém os nomes científicos e comuns da maioria das espécies vegetais conhecidas, das ervas mais simples a legumes, passando por rosas, samambaias exóticas, musgos e coníferas.
A “Plant List” comporta igualmente links de publicações científicas relacionadas às espécies em questão, para ajudar o trabalho de pesquisadores, tanto em botânica quanto em farmácia.
A lista foi elaborada a tempo, para a conclusão do Ano Internacional da Biodiversidade, por cientistas do Royal Botanical Gardens (Kew Gardens) da Grã-Bretanha e do Missouri Botanical Garden americano.
“É crucial para pesquisas, previsões, vigilância de programas de preservação das plantas no mundo inteiro”, destacou o diretor dos Kew Gardens, Stephen Hopper, citado em comunicado.
“Sem os nomes corretos, a compreensão e a comunicação sobre a vida dos vegetais se perderiam num caos, custariam somas faraônicas, além de colocar vidas em perigo, no caso de plantas utilizadas em medicina”, segundo o comunicado dos Kew Gardens.
Entre o mais de milhão de nomes de espécies repertoriadas, cerca de um quarto (25,4%) dessas denominações são ainda consideradas não-resolvidas, não entrando nem nos sinônimos, precisaram os autores da lista.
Os especialistas em botânica e em tecnologia de informação das duas instituições iniciaram suas pesquisas em 2008 para estabelecer esta lista como base de comparação entre famílias de plantas compiladas por Kew Gardens e o sistema Tropicos, um banco de dados alimentado desde 1982 pelo Missouri Botanical Garden.
Em outubro, os 193 países membros da Convenção sobre a Diversidade Biológica reunidos em Nagoya no Japão, decidiram criar até 2020 um banco de dados online com toda a flora conhecida no mundo.
Segundo um estudo divulgado em setembro pela União internacional de Conservação da Natureza, uma planta em cinco é ameaçada de desaparecimento. (AFP) (G1, 29/12)
2 – EUA declaram pássaros brasileiros como ameaçados de extinção
O Serviço Federal de Vida Selvagem dos Estados Unidos anunciou na terça-feira que sete pássaros da América do Sul serão listados como ameaçados de extinção sob o Ato de Extinção de Espécies, segundo informações do site do jornal The New York Times
O jornal não cita todas as espécies, mas fala em quatro: formigueiro-de-cabeça-negra (Formicivora erythronotos), saíra apunhalada (Nemosia rourei), olho-de-fogo-rendado (Pyriglena atra, também conhecido como papa-taoca-da-bahia), jacu-de-estalo (Neomorphus geoffroyi).
Os pássaros são encontrados principalmente na Mata Atlântica do Brasil e no Cerrado, onde o desmatamento e extração de recursos naturais têm destruído boa parte do seu habitat. Muitos são considerados criticamente em risco de extinção na natureza.
As espécies ameaçadas são protegidas pela lei brasileira, mas os esforços de conservação são “inadequados”, de acordo com o Serviço de Vida Selvagem, que investe milhões de dólares anualmente para proteger espécies ameaçadas na América Latina, África e Ásia. Esta listagem das espécies ameaçadas de extinção pela legislação americana pode ajudar a acelerar o fluxo de verbas federais para projetos internacionais de conservação e aumentar as negociações internacionais para os esforços de proteção.
Segundo a reportagem, a Mata Atlântica, onde é encontrada a maioria das aves ameaçadas de extinção, é uma das florestas de maior biodiversidade no mundo e ocupa cerca de 330 milhões de hectares. Durante o Congresso Florestal Mundial em 2009, representantes do Brasil, Argentina e Paraguai prometeram que seus governos iriam conseguir o “desmatamento líquido zero” na Mata Atlântica até 2020.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se comprometeu, em 2008, a restaurar a Mata Atlântica para 20% do seu tamanho original. Desde então, Lula aprovou a criação de dois novos parques nacionais abrangendo o território da Mata Atlântica, e o Banco Mundial forneceu US$ 13 milhões em subsídios para proteger a região do Cerrado Brasil. (Terra, 29/12)