Pesquisador aposentado pede atenção para a área de Zoologia
“A falta de políticas sérias de valoração econômica de todo patrimônio natural, e não apenas de seu desfrute, impulsiona a proliferação populacional desembestada”
Leia a mensagem de José Willibaldo Thomé, professor aposentado de Zoologia da Faculdade de Biociências da PUC-RS:
“Salvem a nossa Zoologia, ciência das mais relevantes, mas considerada “menor” e filha enjeitada dos governantes e seus órgãos “competentes”, especialmente diversos ministérios e órgãos como CNPq, Capes, Ibama e etc.
Necessitamos de um verdadeiro ambientalismo sócio-político, sem gaiatismo, que prestigie o inventário rigoroso e completo do nosso tão decantado patrimônio natural. A avaliação e a estimativa objetiva do verdadeiro desfrute do mesmo, através de instituições museológicas modernas e dinâmicas, é que poderá ensejar a criação e implantação de políticas demográfica de conservação da humanidade, ora tão ameaçada pelos desregramentos culturais de mais de 10 mil anos de brutalidades.
A falta de políticas sérias – sem as ganâncias desenfreadas e irresponsáveis, por ignorância ou má vontade – de valoração econômica de todo patrimônio natural, e não apenas de seu desfrute, impulsiona a proliferação populacional desembestada.
O desconhecimento e a falta consequente do redirecionamento dos instintos de agressividade e de altruísmo também são decisivos para a falta de uma convivência democrática, sem a corrupção implícita e obrigatória das “demagogocracias” hoje ainda imperantes, herdeiras do deísmo fantasioso, autoritário, despótico, opressor, que se manifesta desde os “governos” tribais e continua em vigor nas religiões, nos imperialismos, nos reinados e republicanismos selvagens do capitalismo e ou socialismos modernos.
Oxalá consigam algum dia instituir uma democracia, com o adequado redirecionamento da instintiva agressividade e altruísmo, em cooperativismos desinteressados, em que os mais aptos servem, indicados pela comunidade, em rotatividade de períodos curtos e pré-determinados. Em que os comunitários solidários universalizados se auxiliam, sem recompensas a não ser a alegria do viver como um organismo gerado ao acaso, com vivência conquanto efêmera, sem as arrogâncias competitivas e destruidoras.
Parece-me que, pelos conhecimentos “científicos” da física, cosmologia e outros, o Universo é infinito e assim não teve princípio nem terá fim. Constituído de energias, que se tornam perceptíveis como gases, líquidos e sólidos em constantes interações, configuradas pelo acaso, constituíram o instável Homo sapiens, que orgulhosamente não pode aceitar sua efemeridade e inconstância, na sua pequenez e impossibilidade de entender o infinito.
Nas suas “crendices fantasiosas” criou entidades e paraísos, insuflou medos e terrores e promete “salvações” através dos ativos corretores das imensas imobiliárias “espirituais”, que acumulam poderes e riquezas locais.”