1- Brasil debate o valor da floresta em pé
2 – Fórum Internacional do Meio Ambiente
3 – Recuperação do ozônio
1- Brasil debate o valor da floresta em pé
País não fechou proposta climática, mas estuda formas de medir preservação
O governo brasileiro ainda não fechou propostas climáticas para apresentar hoje na reunião de clima da ONU, mas negocia, internamente, uma forma de incluir o REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal) no mercado de carbono. Duas ideias estão em fase de elaboração e deverão ser divulgadas no dia 14 de outubro, quando o governo anunciará a proposta a ser levada a Copenhague, segundo o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.
Na primeira, o país apresentaria a queda na elevação das emissões de CO2 e demonstraria que uma redução ainda maior poderia ser alcançada se os ricos ajudassem. A “ajuda” seria na forma de financiamentos de projetos de redução do desmatamento, manejo florestal e de conservação da floresta em pé.
O segundo modelo é sugerir aos ricos que apresentem metas adicionais de redução de CO2 a serem atingidas a partir do mecanismo de REDD. Por exemplo: o Japão anunciou recentemente que cortará 25% de suas emissões até 2020.
Em cima disso, o Brasil proporia que o país reduzisse 30%, sendo que esses 5% adicionais seriam obtidos com créditos gerados por projetos de REDD.
– A ideia é que o REDD entre para aumentar a ambição dos países desenvolvidos – resumiu Branca Americano, diretora do Departamento de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente.
Mas outros setores do governo que participam da negociação do clima não concordaram com a proposta do Ministério do Meio Ambiente. A introdução do mecanismo de REDD no mercado compensatório é problemática, segundo negociadores, porque o Brasil não estaria preparado para garantir que uma quantidade determinada de CO2 está sendo reduzida. Um dos gargalos é justamente o monitoramento do desmatamento.
Até hoje, somente o desmatamento da Amazônia é medido regularmente, através de imagens de satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os demais biomas, embora também sofram perdas florestais significativas, não contam com um sistema que apure com precisão o montante que vira fumaça e dióxido de carbono.
O Cerrado, por exemplo, já teve 48% de sua vegetação suprimida. A Caatinga é outro bioma que tem sido rapidamente convertido em carvão vegetal.
Um estudo recente do Ibama revelou que entre 2002 e 2008 a derrubada do Cerrado causou a emissão de 350 milhões de toneladas de CO2, montante equivalente ao emitido pela queima da Amazônia no mesmo período.
Para que o Brasil consiga emitir certificados de redução de emissões, precisaria assegurar que não há vazamento de emissões por desmatamento em todo o território nacional, algo que hoje não tem condições de fazer. Fonte: Catarina Alencastro, Jornal O Globo de 22.09.2009.
2 – Fórum Internacional do Meio Ambiente
No período de 26 e 29 de maio de 2010, Pesquisadores estarão reunidos em Olinda, com o objetivo de apresentarem à sociedade informações atualizadas acerca das conquistas na qualidade ambiental e principais medidas adotadas para controle e redução sobre os impactos socioambientais provocados pelas intervenções humanas, especialmente no que diz respeito ao modelo de consumo atual.
Na Conferência da Terra 2010 são esperados 1.500 participantes, cujos trabalhos em torno do tema central Aquecimento Global, Sociedade e Biodiversidade, apresentados durante o colóquio visam esclarecer e identificar a natureza, abrangência e níveis de degradação do meio ambiente, apresentando as alternativas para a saúde do planeta. O Evento é uma realização da Universidade Federal da Paraíba, Universidade Federal de Pernambuco e GS Consultoria, em parceria com diversas instituições.
Vários pesquisadores oriundos de universidades, centros de pesquisa e organizações
não governamentais já confirmaram presença no evento.
Neste contexto, dando continuidade aos trabalhos e resoluções da Conferência da Terra – João Pessoa / 2008, a Conferência da Terra – Fórum Internacional do Meio Ambiente – Olinda / 2010, promoverá reflexões e abordagens científicas sobre as questões ambientais globais como fenômeno contemporâneo que exige atenção constante das sociedades humanas.
Informações: 83 – 3243.7264
gs_planejamento@yahoo.com.br
3 – Recuperação do ozônio
Análise de dados obtidos por satélites europeus desde 1979 indica que camada diminuiu até 1997, mas que quantidade de ozônio tem apresentado leve aumento desde então
Ao compilar e analisar dados atmosféricos obtidos por satélites em mais de uma década, pesquisadores europeus chegaram a uma boa notícia para a camada de ozônio que protege o planeta.
“Verificamos uma tendência global positiva, de um leve aumento de cerca de 1% por década na quantidade total de ozônio, a partir de dados dos últimos 20 anos. O resultado foi confirmado por comparações com medidas feitas em estações em terra”, disse Diego Loyola, do Centro Aeroespacial Alemão, que trabalhou no estudo com colegas de outras instituições europeias.
Os pesquisadores reuniram dados mensais do total de ozônio obtidos por instrumentos a bordo dos satélites ERS-2 e Envisat, da Agência Espacial Europeia, e do MetOp-A, da Organização Europeia de Satélites Meteorológicos.
A camada de ozônio, localizada a cerca de 25 quilômetros da superfície, principalmente na estratosfera, atua como uma barreira protetora ao filtrar a luz solar e proteger os habitantes da Terra dos raios ultravioleta. A diminuição na camada, tendência verificada há mais de 30 anos, aumenta o risco de doenças como catarata e câncer de pele, além de ser prejudicial à vida marinha.
A camada de ozônio não é distribuída de maneira uniforme pela atmosfera e maiores mudanças são verificadas nas camadas mais elevadas da estratosfera. Os dados foram coletados horizontalmente, e não apenas de maneira vertical de cima para baixo, o que permitiu obter medidas mais exatas, de acordo com os autores do estudo.
Os dados indicaram diminuição na camada de ozônio de 1979 a 1997, seguido pelo pequeno aumento desde então. “Nossa análise mostrou um declínio do ozônio estratosférico nas latitudes médias dos hemisférios Norte e Sul de cerca de 7% por década de 1979 a 1997, valor consistente com o de estudos anteriores”, disse Joachim Urban, da Universidade de Tecnologia Chalmers, na Suécia, um dos autores do estudo.
“Uma mudança clara e significativa foi observada em 1997, ainda que o pequeno aumento (entre 0,8% e 1,4% por década) identificado daquele ano até 2008 não seja estatisticamente diferente de uma tendência nula de crescimento. Ainda assim, esperamos ver uma recuperação significativa no ozônio na estratosfera superior nos próximos anos, com o uso de dados mais extensos”, apontou.
Ter acesso a dados atmosféricos colhidos por satélites por períodos extensos é importante para que os cientistas identifiquem e analisem tendências e alterações de longo prazo. O grupo de pesquisadores europeus continuará a monitorar tendências na quantidade de ozônio e de substâncias que destroem a camada.
Os resultados do estudo foram apresentados na Conferência de Ciência Atmosférica, organizada em Barcelona, de 7 a 11 de setembro, pela Agência Espacial Europeia.
(Agência Fapesp, 23/9).