1- Concurso Público Funai (09 vagas para Biólogos)
2 – Dica de site para Concursos Públicos
3 – Curso de Licenciamento Ambiental Presencial
4 – Pós-graduação em Gestão e Consultoria Ambiental
5 – Pós-graduação em Gestão Ambiental EIA/RIMA e Biotecnologia
6 – Pós-graduação do IEC PUC Minas
7 – Doutorado Bioinformática UFMG
8 – Symposium on Biodiversity Hotspots
9 – “Workshop Prático de Recuperação de Animais Silvestres”
10 – 37th Annual Symposium of the EAAM – European Association of Aquatic Mammals
11 – XXXVIII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular – SBBq
12 – Novo larvicida contra o mosquito da dengue é livre de toxidade para o ser humano
13 – Plantas com modificação na lignina podem render mais biocombustíveis
14 – Infestação perigosa
15 – Oceano que leva ferro ajuda a combater o aquecimento global
16 – Insetos em guerra
17- “Ciência Hoje On-line”: Dinossauros bons de briga
18 – Experiência faz gafanhoto inofensivo virar uma praga
19 – Acidificação dos oceanos ameaça cadeia alimentar
1 – Concurso Público Funai (09 vagas para Biólogos)
A Fundação Nacional do Índio – FUNAI (www.funai.gov.br) abriu as inscrições do Processo Seletivo Simplificado – PSS destinado à contratação por tempo determinado de profissionais para o exercício de atividades técnicas especializadas. O PSS será organizado e executado pela Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino e Assistência à Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro e ao Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – FUNRIO. As vagas para Biólogos têm as seguintes áreas de atuação: Proteção e Gestão Ambiental III (remuneração de R$3.800,00), Proteção e Gestão Ambiental IV (remuneração de R$6.130,00) e Geoprocessamento (remuneração de R$6.130,00). As inscrições serão realizadas pela internet na página do PSS no endereço eletrônico www.funrio.org.br, até o dia 12 de fevereiro de 2009 (quinta-feira). Para ter acesso ao edital do concurso, clique no link: http://www.funrioconcursos.org.br/funai/arquivos/Edital_01_FUNAI.pdf .
2 – Dica de site para Concursos Públicos
A AgroBase (www.agrobase.com.br) é uma empresa que visa oferecer soluções de internet para o agronegócio. O site da organização possui uma página interna que tem a função de divulgar concursos públicos para o preenchimento de vagas destinadas a Biólogos. São divulgados concursos de todos os estados brasileiros. Para acessar a página interna do site, clique no link: www.agrobase.com.br/concursos/vagas/biologia/ .
3 – Curso de Licenciamento Ambiental Presencial
Irá acontecer em Belo Horizonte (MG), no dia 14 de fevereiro de 2009 (sábado), o Curso de Licenciamento Ambiental ministrado pela bióloga Suzana Mascarenhas. O valor do curso é de R$300, mas os associados do CRBio-04 terão 10% de desconto, pagando R$270 à vista no boleto bancário ou no cartão de crédito. O evento acontecerá no horário de 8h as 12h e de 14h as 18h e será necessário preencher o número mínimo de alunos para confirmar o local e a realização do mesmo. Para fazer a pré-matrícula, acesse o site http://www.cursosnainternet.com/licenciamento2.htm. Maiores informações pelo e-mail aulas@cursosnainternet.com e pelo telefone (31) 3231-5485.
4 – Pós-graduação em Gestão e Consultoria Ambiental
A Universidade Vale do Rio Verde (UninCor) está com as inscrições abertas para a pós-graduação em Gestão e Consultoria Ambiental. O objetivo do curso é desenvolver as competências dos profissionais para atuarem como gestores e consultores ambientais. As aulas estão com início previsto para fevereiro de 2009 e acontecerão todos os sábados de 8h as 17h, no Campus Betim. As inscrições vão até o dia 06 de fevereiro de 2009 (sexta-feira) e devem ser feitas pelo site da UninCor (www.unincor.br). Maiores informações pelos telefones (31) 3511-6515 / 8 733-3151.
5 – Pós-graduação em Gestão Ambiental EIA/RIMA e Biotecnologia
A Incisa|Imam (www.incisaimam.com.br) iniciou o processo de seleção para os cursos de pós-graduação lato sensu. As duas pós-graduações destinadas a Biólogos são: Gestão Ambiental EIA/RIMA e Biotecnologia. As aulas terão início no dia 07 de março de 2009, acontecerão aos sábados e domingos (01 final de semana por mês) e terão duração de 24 meses. Os interessados devem se inscrever no período de 02 de fevereiro a 06 de março de 2009. Maiores informações no site da Incisa|Imam e no telefone (31) 3297-7960 .
6 – Pós-graduação do IEC PUC Minas
O IEC PUC Minas ainda está com as inscrições abertas para os cursos de pós-graduação lato sensu. São oferecidos 136 programas de especialização estruturados para atender às demandas do mercado e da sociedade em geral. Os interessados podem se inscrever até o dia 13 de fevereiro de 2009 (sexta-feira). As duas pós-graduações destinadas a Biólogos são: Comportamento Animal e Suas Implicações (curso ministrado no Colégio Sagrado Coração de Jesus); Tecnologia de Carnes e Derivados (curso ministrado em Betim). O programa completo dos cursos e o processo de inscrição estão disponíveis no site www.iec.pucminas.br.
7 – Doutorado Bioinformática UFMG
Até o dia 12 de fevereiro 2009 (quinta-feira), estarão abertas as inscrições para seleção de candidatos ao Doutorado em Bioinformática da UFMG. Serão oito vagas para ingresso no 1º semestre de 2009. As inscrições poderão ser feitas pelo correio, com data limite para postagem do dia 05 de fevereiro de 2009, ou na Secretaria do Curso de Ciências Biológicas, situada no Bloco K, quarto andar, sala 163, do prédio do ICB da UFMG – Campus da Pampulha (Avenida Presidente Antônio Carlos, 6627, CEP 31270-901 – Belo Horizonte/MG), de 2a a 6a feira, exceto feriados, no horário de 09h às 12h e de 14h às 17h. Maiores informações pelo telefone (31) 3409-2554, pelo e-mail bioinfo@icb.ufmg.br e pelo site do ICB (www.icb.ufmg.br). O edital de seleção para o doutorado pode ser acessado pelo link: http://www.crbio4.org.br/images/stories/anexos/edital_bioinfo.pdf .
8 – Symposium on Biodiversity Hotspots
“Biodiversity Hotspots – Evolution and Conservation”, que ocorrerá de 26 a 28 de Março de 2009, no National Museum of Natural History (Luxembourg)
Apresentações orais e posters, deverão ser registrados no site:
http://www.symposiu m.lu/hotspots/ default.aspx
9 – “Workshop Prático de Recuperação de Animais Silvestres”
6ª edição, a realizar-se em Gouveia / Seia, de 27 de Fevereiro a 1 de Março de 2009. CONTATOS: CERVAS – Correio eletrônico: cervas.pnse@ gmail.com
Tel: 917895708 / 962714492.
10 – 37th Annual Symposium of the EAAM – European Association of Aquatic Mammals
Mediterraneo Marie Park, is proud to announce the organization of the “37th Annual Symposium of the EAAM – European Association of Aquatic Mammals“, a realizar-se entre 13 e 16 de Março de 2009. Mediterraneo Marine Park is proud to announce the organization of the 37th Annual Symposium of the EAAM – European Association of Aquatic Mammals, which will take place through March 13-16, 2009, in St. Julians , Malta . The conference will take place in Hotel Corinthia San Gorg, St. Julians. – Call for Papers and Posters: 9th January
-Workshop Registration: 9th January
-Hotel Registration: 23rd January
– Symposium Registration: 1st February
11 – XXXVIII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular – SBBq
Este ano a Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular – SBBq irá promover o seu encontro anual em Águas de Lindóia (SP). O evento acontecerá entre os dias 16 e 19 de maio de 2009, no Hotel Monte Real Resort. O Encontro contará com conferências e simpósios, além do da premiação do Jovem Talento 2009. O envio de resumos e os descontos especiais para as inscrições terão a data limite de 09 de fevereiro de 2009 (segunda-feira). Para maiores informações, acesse o site da SBBq: www.sbbq.org.br .
12 – Novo larvicida contra o mosquito da dengue é livre de toxidade para o ser humano
Uma nova arma no combate à dengue está sendo desenvolvida pelo Departamento de Química Fundamental (DQF) da UFPE: um larvicida inédito e livre de toxidade para o ser humano. A descoberta é fruto de um esforço conjunto entre os grupos de pesquisa Química de Síntese, Química Computacional e Ecologia Química do DQF, que, há três anos, vêm aperfeiçoando uma nova classe de compostos sintéticos com grande potencial no combate ao Aedes aegypti. Essa classe é promissora na sucessão dos larvicidas sintéticos usados atualmente, contra os quais as larvas do mosquito já apresentam imunidade.
O novo larvicida já é o 10º desenvolvido pelo DQF desde 2007 e também o mais eficiente até o momento. Testes realizados mostram que ele é dez vezes mais letal contra as larvas do mosquito que seus antecessores: sua LC50 (concentração necessária para matar 50% das larvas) é de 2,2 partes por milhão (ppm), contra 25 ppm das substâncias anteriores. A professora Daniela Navarro, chefe do grupo de Ecologia Química acredita que a recente descoberta cuja patente está em andamento é bastante promissora. Ela possui atividade larvicida muito melhor que as outras moléculas patenteadas anteriormente e tem uma via sintética que é possível de ser realizada em grande escala. Estudos de toxicidade serão realizados e acreditamos que ela não apresentará toxicidade ao homem nas concentrações de uso, o que demonstraria a possibilidade desta ser aplicada como larvicida no combate ao mosquito da dengue, afirma.
Foi a partir da análise quantitativa entre a estrutura química e a atividade biológica estudo que recebe o nome de QSAR dos nove compostos larvicidas anteriores que a equipe de pesquisadores conseguiu desenvolver a molécula em questão, mais poderosa e complexa. Do mesmo modo, a descoberta atual abre ainda mais possibilidades de aprimoramento, segundo ela. Essa nova molécula abriu uma nova perspectiva de estudo, porque, como ela é sintetizada de uma maneira diferente, já idealizamos outros compostos baseados nela, para fazer um outro estudo de QSAR para baixar a concentração de 2,2 ppm para 0,2 ppm, relata a professora Daniela Navarro. Ela prevê que, a partir da estrutura da molécula atual, um outro grupo de nove compostos inéditos, ainda mais eficientes, poderá ser elaborado dentro de dois anos.
PIONEIRISMO – Todos os dez larvicidas desenvolvidos pelo DQF pertencem à família dos 1,2,4-oxadiazóis, uma série de ácidos que até então só era conhecido por suas aplicações farmacológicas. Nunca foi publicado anteriormente um estudo sobre a atividade larvicida frente ao Aedes aegypti para essa classe de compostos, explica a pesquisadora, sobre o caráter inédito das pesquisas feitas e das patentes registradas subsequentemente.
Os compostos elaborados a partir dos 1,2,4-oxadiazóis ainda não se igualam em letalidade ao larvicida atualmente usado pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), o Temefós, cuja LC50 é de 0,01 ppm. Entretanto, em todo o País, estão sendo registrados casos de gerações do Aedes aegypti resistentes à ação desse larvicida, que, desde 1967, tem sido usado no combate aos vetores da dengue e da febre amarela. Se você coloca o Temefós e as larvas não estão morrendo completamente e outras estão sobrevivendo, então você vê que ele não é mais tão eficiente quanto era antes, aponta Daniela Navarro. Além disso, um estudo realizado pelos Departamentos de Biofísica e Biometria e de Bioquímica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) indica que o Temefós pode ser mutagênico e genotóxico para o ser humano, isto é, causar lesões no material genético, em concentrações similares às usadas no combate ao Aedes aegypti.
Os ácidos 1,2,4-oxadiazóis, em contrapartida, não apresentam genotoxidade ao homem nas concentrações usadas para atividade larvicida; sendo, inclusive, substâncias com propriedades conhecidamente analgésicas, antiinflamatórias, antifúngicas e antibacterianas. Segundo a professora Daniela Navarro, as perspectivas para essa nova família de substâncias são animadoras. É um grupo de moléculas muito interessante porque não apresenta, a princípio, problemas de toxidade ao homem, e mata as larvas do mosquito, afirma.
A pesquisadora também destaca a importância do fato de que esses larvicidas são patentes inteiramente brasileiras, diferentemente do Temefós, que é adquirido no exterior para ser formulado nos laboratórios nacionais. O Brasil não tem tradição em patentear. Essa é uma classe que tem que ser preservada, que temos de estudar para chegarmos a compostos bem eficientes e proteger isso porque é uma tecnologia que o Brasil está desenvolvendo, e nenhum outro país está. Porque, na verdade, a dengue é um problema nosso, conclui.
ALERTA – Segundo o Ministério da Saúde, 16 estados brasileiros estão sob risco de sofrerem uma epidemia de dengue em 2009, dentre eles Pernambuco. Quatorze capitais já estão em estado de alerta para o verão. Nessa época do ano, o número de casos de dengue é notoriamente maior por causa do calor e da chuva, que propiciam o desenvolvimento das larvas do mosquito. Só em 2008, mais de 734 mil dos 760 mil casos registrados ocorreram entre os meses de janeiro e agosto.
Mais informações
Professora Daniela Navarro
(81) 2126.7468
dmafn@ufpe.br
13 – Plantas com modificação na lignina podem render mais biocombustíveis
Plantas geneticamente modificadas (GM) que expressam enzimas degradadoras das fibras da madeira ou aquelas com conteúdo de lignina alterado podem ser a chave para um modo mais barato e saudável de produzir etanol, de acordo com pesquisadores da Universidade Estadual da Pensilvânia (EUA).
Plantas geneticamente modificadas com conteúdo da lignina reduzido já foram desenvolvidas por pesquisadores. Mas essas são normalmente fracas e moles, incapazes de se manterem eretas, e suscetíveis a ataques microbióticos e herbívoros.
Ao invés de diminuir a quantidade de lignina das plantas, os cientistas da Universidade da Pensilvânia alteraram a estrutura do polímero. Eles selecionaram um gene da salsa e introduziram-no em uma árvore de álamo. O gene codifica uma proteína que se insere entre duas moléculas de lignina quando o composto de lignina é criado.
A lignina GM não é muito diferente da lignina convencional em termos de rigidez, mas pode ser facilmente degradada, usando enzimas que atacam proteínas no lugar de enzimas que atacam lignina. A descoberta pode também levar a cultivos de feno, que pode ser digerido com facilidade por ruminantes.
Fonte: CIB – Conselho de Informações sobre Biotecnologia
Pesquisadores isolam 208 fungos e bactérias em formigas coletadas em ambiente hospitalar. Estudo foi publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical
Alex Sander Alcântara escreve para a “Agência Fapesp”:
As formigas, animais cujo comportamento é frequentemente associado aos modelos de organização social humana, adaptam-se facilmente aos ambientes urbanos. Essa característica, no entanto, vem despertando a atenção de pesquisadores por representar um risco à saúde: um novo estudo, publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, demonstra que as formigas podem ser veiculadoras de microrganismos em ambiente hospitalar.
O estudo teve o objetivo de isolar e identificar os microrganismos associados às formigas em ambiente hospitalar e os resultados apontaram que as formigas coletadas apresentaram alta capacidade de veiculação de grupos de microrganismos.
De acordo com a professora do Instituto Básico de Biociências da Universidade de Taubaté Mariko Ueno – coautora do artigo ao lado de Rogério dos Santos Pereira, do Departamento de Biologia -, uma das grandes dificuldades para o controle da densidade populacional de formigas em ambientes urbanos é o fato de que elas não são normalmente reconhecidas como agentes veiculadores de doenças em potencial.
“As formigas transitam, de maneira geral, por lugares limpos, o que faz com que não se pense no fato do real perigo que elas representam” disse Mariko à “Agência Fapesp”.
A pesquisa aponta que a estrutura arquitetônica, a proximidade de residências, as interferências climáticas e as oscilações térmicas são alguns dos fatores que influenciam a presença de formigas nos hospitais.
Os pesquisadores coletaram 125 formigas, todas da mesma espécie, em diferentes unidades de um Hospital Universitário. Cada formiga foi coletada com um swab – instrumento usado para a coleta de material microbiológico em laboratórios de análises clínicas -, embebida em solução fisiológica e transferida para um tubo com um meio de cultura de microrganismos composto de caldo BHI (Infusão de cérebro e coração, na sigla em inglês). Ali, os animais ficaram incubados a 35 graus Celsius por 24 horas.
Os resultados apontam que 98,40% das amostras coletadas apresentaram crescimento. Foram isolados 208 microrganismos, como bacilos Gram positivos, bacilos Gram negativos, cocos Gram positivos, leveduras e fungos filamentosos.
Segundo a pesquisadora, os testes comprovam o que estudos feitos anteriormente descreviam. “A porcentagem de 98,40% é um fator contundente na possibilidade de veiculação mecânica e ou biológica de microrganismos”, afirma.
Ela alerta que a descoberta, associada às características biológicas, torna as formigas “potenciais veiculadores de microrganismos e sua infestação em ambiente hospitalar constitui um risco à saúde pública”.
Atualmente, segundo o estudo, as enterobactérias e a bactéria Staphylococcus coagulase negativa são os maiores responsáveis por infecções hospitalares.
“É grande a variedade de espécies encontradas. E esse fato pode ser explicado devido à grande versatilidade na exploração e capacidade de disseminação desses organismos, que se caracterizam por apresentar ampla distribuição geográfica”, acrescenta Mariko.
Nas últimas décadas, segundo a pesquisadora, as infecções por fungos oportunistas têm emergido como as grandes responsáveis pelo aumento dos casos de morbidade e mortalidade de pacientes imunodeprimidos, tendo como principal causa a Aspergillus spp.
De acordo com a professora, é possível associar as formigas aos fungos devido ao ambiente explorado por esses insetos, “onde coincidem as condições físico-químicas propícias para a proliferação desses microrganismos”.
“Essas condições de associação são muitas vezes criadas pelas formigas de forma a conseguir benefícios, oferecendo situação propícia para a proliferação de fungos de modo geral, devido à semelhança da biologia desses microrganismos”, diz.
O conhecimento e a constatação dessas associações, afirma, podem ser considerados um grande problema para a sociedade tendo em vista a grande capacidade de adaptação das formigas ao ambiente urbano, pois elas potencializam a capacidade de dispersão dos fungos.
“Tanto de forma mecânica, transportando partículas de ambientes contaminados para locais ou objetos não contaminados, como de forma biológica, atuando como um reservatório de fungos patogênicos ao homem”, explica Mariko.
Segundo o estudo, levantamentos realizados em 12 hospitais do Estado de São Paulo revelam infestação por formigas, apresentando maior índice nos berçários e nas unidades de terapia intensiva (UTI). Os resultados apontaram que 16,5% das formigas coletadas apresentavam bactérias patogênicas.
De acordo com a professora, as formigas possuem capacidade de se deslocar rapidamente e normalmente percorrem extensas áreas. “Além de constituir vetores de microrganismos em ambientes intra-hospitalares, elas agem também como importantes vias de dispersão de resistência a drogas nesses ambientes.”
Leia o artigo em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037-86822008000500011&lng=en&nrm=iso&tlng=pt
(Agência Fapesp, 28/1)
Presença de ferro na água ajuda fitoplâncton a reter carbono da atmosfera. Mas, por alguma razão, enriquecimento artificial não funciona tão bem.
Salvador Nogueira escreve para o “G1”:
Você quase consegue ver o fitoplâncton-pai falando para o filhinho: “toma essa aguinha pra ficar forte, filho, que ela tem ferro”. Pois é, aquele papo que mamãe usava para nos empurrar o feijão goela abaixo também funciona com essas criaturas marinhas. E a vantagem adicional: isso pode, no futuro, ajudar a combater o aquecimento global.
Um grupo de pesquisadores liderados por Raymond Pollard, do Centro Nacional de Oceanografia de Southampton, no Reino Unido, acaba de demonstrar que regiões do oceano mais ricas em ferro e que tenham quantidade suficiente de nutrientes encorajam a proliferação de fitoplâncton. Essas criaturas unicelulares, por sua vez, podem ajudar a absorver o carbono da atmosfera e armazená-lo nas profundezas do oceano — aliviando parte do que os seres humanos emitem com suas atividades industriais.
Os resultados do experimento, denominado Crozex e conduzido nas proximidades da Antártida, estão na edição desta semana da revista científica britânica “Nature”. Pela primeira vez, os cientistas conseguiram quantificar com alguma certeza o aumento da absorção do carbono por conta desse fenômeno.
Eles demonstraram que uma região naturalmente enriquecida em ferro abriga três vezes mais carbono atmosférico do que uma sem o elemento. Entretanto, também encontraram uma dificuldade para a futura exploração do mecanismo: por alguma razão, por ora ainda não totalmente esclarecida, a tentativa de “enriquecer” o oceano artificialmente com ferro não produz o mesmo sucesso do que um enriquecimento natural.
Além disso, eles apontam que os números, embora positivos, ainda ficam muito aquém das estimativas dos “geo-engenheiros”, que propunham usar o fenômeno para tentar reduzir os efeitos da mudança climática. Segundo o grupo, seus números têm “implicações significativas” para idéias como essa, de enriquecer os oceanos com ferro. Não chegam a ser impeditivos, mas sugerem que será preciso aprender muito mais sobre o que acontece e como manipulá-lo até que a coisa se torne praticável.
(G1, 29/1)
“O fato de esses insetos produzirem moléculas idênticas em diferentes regiões sugere a existência de uma corrida armamentista entre as espécies”
Fernando Reinach é biólogo (fernando@reinach.com). Artigo publicado em “O Estado de SP”:
Quem viu afirma que é chocante. Todo ano, na pacífica Dinamarca, uma borboleta e uma formiga se envolvem em uma desesperada corrida armamentista. Mal a lagarta da borboleta azul Maculinea alcon eclode do ovo, sua presença é detectada pelas formigas.
As formigas da espécie Myrmica rubra se aproximam da frágil e indefesa lagarta com suas enormes mandíbulas. Mas, em vez de matá-la e devorá-la, a formiga ergue delicadamente a lagarta e cuidadosamente a leva para o formigueiro. O que ocorre lá dentro é ainda mais impressionante.
Durante semanas, as formigas alimentam a lagarta da borboleta azul com um cuidado e dedicação maior que o dedicado às suas próprias filhas. Por fim, bem alimentada e crescida, a lagarta forma seu casulo de onde eclode uma linda borboleta azul.
Na realidade a borboleta é um parasita da formiga. Tanta é a dedicação das formigas em cuidar desse sofisticado parasita que, ao deixar de cuidar de suas próprias filhas, prejudicam sua sobrevivência para garantir a sobrevivência da borboleta azul. Mas qual seria o mecanismo usado pela borboleta para convencer as formigas a adotarem seus filhotes?
Os biólogos dinamarqueses descobriram que as lagartas produzem uma série de compostos químicos “cheirosos” idênticos aos produzidos pelos filhotes das formigas. Como o cheiro exalado pelos dois tipos de filhotes é igual, as formigas pensam que estão cuidando de uma de suas filhas. Vem daí sua enorme dedicação às lagartas da borboleta.
Analisando os compostos cheirosos de pares de borboletas e formigas coletados em diferentes regiões da Dinamarca, os cientistas descobriram que em cada região os compostos produzidos pelo par são idênticos. Mas quando eles compararam um par de uma região com um par de uma outra região eles descobriram que os compostos eram ligeiramente diferentes.
Devido a essas diferenças, se você coletar uma lagarta de borboleta no norte e a oferecer a uma formiga do sul, ela vai hesitar um pouco antes de levar a lagarta para o ninho. Ela deve imaginar algo como: “Essa minha filha está com um cheiro estranho…”
O fato de esses insetos produzirem moléculas idênticas em diferentes regiões sugere a existência de uma corrida armamentista entre as espécies.
Imagine que uma formiga sofra uma mutação e comece a produzir um “cheiro” diferente. Isso vai permitir que ela seja capaz de distinguir os parasitas de seus próprios filhos e, desse modo, cuidar melhor dos seus filhos. Os parasitas vão ter mais dificuldade em serem recolhidos e cuidados. Vitória para a formiga!
Mas imagine que logo a seguir uma das borboletas sofra a mesma mutação e passe a produzir o novo cheiro. A partir deste momento, ela passa a ser “amada” novamente pelas formigas e sua capacidade de parasitar é aumentada. Como consequência as formigas ficam debilitadas. Vitória para a borboleta! A partir desse ponto a formiga e a borboleta repetem o ciclo.
O resultado é uma corrida armamentista entre as duas espécies, uma desenvolvendo uma arma para se defender do parasita enquanto a outra desenvolve uma nova arma para renovar sua superioridade. O resultado é diversos pares de espécies, cada par com um cheiro distinto. É a evolução darwiniana ocorrendo em frente aos nossos olhos.
Mais informações: A mosaic of chemical coevolution in a large blue butterfly. Science, vol.319
(O Estado de SP, 28/1)
Análise de fósseis de Triceratops indica que seus chifres eram utilizados para combate e defesa
O Triceratops, dinossauro herbívoro que viveu no fim do Cretáceo, é conhecido pelos vistosos chifres que adornam suas cabeças. No entanto, a função dessas estruturas ainda era motivo de polêmica entre os paleontólogos. Agora, a identificação de marcas de lesões em crânios desses dinossauros sugere que eles usavam seus chifres para combate e defesa, a exemplo dos veados e antílopes modernos.
Essa é a conclusão de uma pesquisa realizada por paleontólogos americanos liderados por Andrew Farke, curador do Museu de Paleontologia Raymond M. Alf, na Califórnia (EUA). O estudo foi publicado esta semana na revista científica PLoS One.
Leia a matéria completa na “CH On-line”, que tem conteúdo exclusivo atualizado diariamente: http://cienciahoje.uol.com.br/136717
18 – Experiência faz gafanhoto inofensivo virar uma praga
Injeção de serotonina fez insetos reclusos se unirem em enxame devastador. Estudo explica como animal muda de comportamento na natureza para ir atrás de comida; descoberta pode ajudar a criar novo pesticida
Ricardo Bonalume Neto escreve para a “Folha de SP”:
De médico e de monstro todo gafanhoto tem um pouco. Esse poderia ser o título de um estudo que acaba de revelar como uma espécie inofensiva e reclusa deste inseto pode se transformar numa praga devastadora. Biólogos revelaram que a serotonina -a mesma substância cuja falta no cérebro humano pode levar à depressão- faz os gafanhotos mudarem de visual e comportamento.
O gafanhoto-do-deserto (Schistocerca gregaria) é uma praga capaz de causar graves perdas na agricultura na Ásia, África e Austrália. Mais conhecido como uma das pragas bíblicas lançadas contra o Egito, seus enxames podem ter bilhões de insetos. E 20% do mundo é vulnerável à praga, segundo Stephen Rogers, biólogo da Universidade de Cambridge e um dos autores do estudo, publicado na edição de hoje da revista científica “Science”.
Normalmente, o gafanhoto vive isolado. Mas, quando chove e a vegetação cresce, ele se reproduz e aumenta a sua densidade. Ele passa a se tornar gregário. Pesquisas anteriores tinham mostrado que estímulos físicos causam a mudança -cheiro, visão e toque de outros gafanhotos. Em dado momento, o comportamento gregário agrupa um enxame migratório em busca de comida.
O novo estudo demonstrou que os insetos operando no “modo gregário” tinham cerca de três vezes mais serotonina no sistema nervoso do que aqueles em “modo solitário”.
“A serotonina é encontrada em todo o reino animal, no qual um dos seus papéis é alterar o modo com que as células nervosas se comunicam”, disse Rogers à Folha. “Muitas vezes, ela atua no contexto de alterar o modo como os animais respondem a estímulos vindos de outros animais.” Em várias espécies, ela regula a agressividade. Em humanos, a sensação de bem-estar ou depressão. “Nos gafanhotos, foi cooptada para produzir a mudança de comportamento que precede a formação do enxame”, diz Rogers.
Poção mágica
O neurotransmissor tem no gafanhoto um efeito como o da famosa poção tomada pelo bondoso médico Henry Jekyll, transformando-o no maligno Sr. Edward Hyde, do clássico romance do escocês Robert Louis Stevenson (1850-1894).
Assim como no livro “O Estranho Caso do Dr. Jekyll e do Sr. Hyde”, se suspeitava que os dois fossem pessoas diferentes. Só em 1921 que foi provado que o gafanhoto verde-solitário e o amarelo-gregário eram a mesma espécie. A serotonina faz o bicho pacato enveredar pela formação de quadrilha.
Andar em bando tem suas vantagens. “Um enxame acontece quando os gafanhotos têm que se mover para fora de uma área que não mais é capaz de suportá-los e achar comida em outra parte. Sendo móveis eles são mais conspícuos, mas os números dão segurança”, diz Rogers. “Se você está sozinho e um predador o detecta, você é o alvo. Se você faz parte de um grupo, você é apenas um alvo possível entre muitos”.
Em “modo enxame”, o gafanhoto pode comer o equivalente ao seu peso em um dia. O enxame pode voar 100 km entre cinco e oito horas, devastando o que encontra pelo caminho.
O biólogo alemão Paul Stevenson, que comenta a descoberta em outro artigo, diz que o estudo de Rogers ajudará a criar um método de controle da praga, mas não será fácil. Para impedir a formação de enxames, drogas antisserotonina teriam de ser aplicadas em grandes extensões de habitat do gafanhoto solitário e conseguir penetrar o corpo do inseto.
(Folha de SP, 30/1)
Oceanos absorvem cerca de um quarto das emissões de dióxido de carbono
Os oceanos têm absorvido uma parcela substancial do dióxido de carbono, um dos gases do efeito estufa. Mas este benefício tem uma armadilha: conforme o gás se dissolve, o mar fica mais ácido. Agora, um painel internacional de cientistas marinhos diz que a acidez está acelerando tão rápido que ameaça a sobrevivência dos recifes de corais, moluscos e da cadeia alimentar em geral.
O grupo, constituído por 155 cientistas de 26 países e organizado pelas Nações Unidas e outros grupos internacionais, não é o primeiro a apontar o crescimento da acidez no oceano como uma ameaça ambiental. Mas sua linguagem direta e credenciais internacionais dão à avaliação desses pesquisadores um vigor raro.
Os cientistas pedem uma ação urgente “para reduzir drasticamente as emissões de dióxido de carbono”. “Graves prejuízos são iminentes”, disseram eles, num manifesto que vem se somar às deliberações feitas num simpósio em Mônaco, em outubro passado.
O manifesto, chamado de Declaração de Mônaco, afirma que o aumento da acidez interfere no crescimento e na saúde dos crustáceos e está comendo os recifes de coral, processo que acabaria por afetar as teias alimentares marinhas em geral.
Até agora, o grupo afirma, já houve diminuição detectável de moluscos, no peso das conchas e interferência no crescimento de corais.
O grupo diz que a acidez das águas superficiais do oceano aumentou 30% desde o século 17. De acordo com os estudiosos, os oceanos absorvem cerca de um quarto das emissões de dióxido de carbono. E a acidificação pode tornar a maioria das regiões quimicamente inóspitas para os recifes de coral em 2050. (Do “New York Times”)
(Folha de SP, 31/1)