Tomando como base as competências pretendidas, pensamos a arte e o fazer artístico como denominador comum entre conteúdos interdisciplinares, multidisciplinares e/ou transdisciplinares: arte como método nas diferentes disciplinas, arte como meta comum de múltiplas disciplinas e arte como tema atravessando diferentes disciplinas.
Desse modo, pensamos como princípio norteador das diferentes metodologias a noção de atitude globalizadora como forma de sabedoria em torno de três eixos básicos:
Para que isso seja possível, é fundamental estabelecer uma relação professor-aluno pautada pela dialética da troca de conhecimentos teóricos e práticos sobre os temas do curso. Assim que o professor não é um mero reprodutor de saberes, mas um coordenador que procura, em sala de aula, articular os saberes e experiências plurais dos alunos, tecendo os mesmos nas questões teóricas do curso e visibilizando-os em cruzamentos e aplicações às abordagens temáticas dos conteúdos programáticos. A relação professor-aluno, portanto, visa uma contribuição dialógica entre ambos, em que a construção do saber esteja alicerçada não somente em conteúdos transmitidos pelo professor, mas na valorização do aluno como agente produtor do saber.
Assim, valorizamos diversos modelos de aula desde a tradicional aula expositivo-teórica, até os modelos de aula seminários, de oficinas e de laboratórios criativos. Valorizamos todas as formas de transmissão e troca de conteúdos que têm potencial de se tornar um meio privilegiado de construção de aprendizado, com ações pedagógicas dinâmicas, interventivas e socializantes, em que o conhecimento se construirá pelo coletivo, mediado pelo docente enquanto interlocutor privilegiado desta produção.
O trabalho em grupo entre os discentes, tanto para a produção de seminários quanto nas oficinas e projetos interdisciplinares, também é forma de socialização em que diferenças de interpretação são colocadas em diálogo visando a interação na produção do conhecimento que requer, dos alunos em suas visões e interpretações diferentes de um determinado tema, a colocação com clareza da explicação e articulação das ideias, o ceder, o ouvir o outro, o repensar ideias, o buscar sínteses, enfim, uma socialização que se faz através da busca em comum de objetivos e de clarificação de ideias, articulados através do diálogo e das relações de alteridade, dado que a construção do conhecimento passa sempre pelo diferente e pelo diálogo com ele.
Além dos conteúdos disponibilizados em textos seletos das disciplinas, tal produção de conhecimento também será mediada através de recursos tecnológicos e multimidiáticos, como documentários e filmes, utilização da internet e seus diferentes recursos e linguagens, recursos poéticos diversos, como a visitação a exposições, galerias e eventos de natureza artística, visitas a ateliês de artistas e a escritórios de criação. Sempre no sentido de congregar tais recursos na prática docente não só em escolas, mas também em outros espaços institucionais ou espontâneos de aprendizagem.
Os conceitos referidos acima visam zelar, a um tempo, pela conjugação entre individualidade e integração, interpretando o educando como ser que, em sua individualidade, personalidade e história, possui potenciais e originalidades que são autônomas, mas que se realizam e aperfeiçoam na integração de saberes com outras individualidades e potenciais advindos delas. Assim, a mutualidade, a pluralidade e a complexidade na construção e difusão do saber são os princípios que regem o planejamento didático deste Projeto.