Minicurso 1: A Antiguidade é eurocêntrica? Disputas curriculares e possibilidades didáticas no ensino básico
Beatriz Rezende Lara Pinton – UFOP
Durante a construção da Base Nacional Curricular Comum (2015-2018), a relevância dos estudos de Antiguidade para o currículo escolar brasileiro foi questionada. A disputa levou historiadores e classicistas a se inserirem na discussão nacional. O resultado foi a divulgação de estudos realizados nas últimas décadas no país, que apontam para o ensino de uma Antiguidade não eurocêntrica e diversa, que analisa as relações complexas de gênero e raça, além das conexões entre diferentes povos. Tomando o saber docente como guia, apresentamos nesta oficina projetos didáticos idealizados colaborativamente no âmbito de programas de formação profissional (Residência Docente e PIBID), em colaboração com escolas públicas.
Minicurso 2: Memória de quem? Como a recepção pode dar voz às minorias silenciadas desde a Antiguidade Clássica.
Laura Silveira – UFES
Esta oficina buscará mostrar como a literatura anglófona contemporânea tem apresentado uma recepção de textos clássicos gregos e latinos, destacando personagens e eventos que foram silenciados nas grandes narrativas. Para tanto, utilizaremos as leituras de A Canção de Aquiles (2011), de Madeline Miller, e Lavinia (2008), de Ursula Le Guin, como textos de recepção que recontam A Ilíada de Homero e A Eneida de Virgílio, respectivamente, sob a perspectiva de personagens secundários nos textos clássicos, cuja representatividade dialoga intensamente com a nossa sociedade, com o nosso tempo.
Minicurso 3: Pensamentos jurídico e político clássicos
Wagner Silveira Rezende – UFJF
A partir da leitura de textos clássicos, compreender os pensamentos político e jurídico da Grécia e da Roma antigas, comparando as diferentes traduções para as línguas modernas, de modo a entender as diferenciações entre os conceitos de justiça e norma, e entre as atividades do legislador e do juiz. As atividades da pesquisa estão localizadas no âmbito do Grupo de Pesquisa Pólis – Estudos Clássicos, fundado em parceria com o professor Raul Magalhães, da Faculdade de Ciências Sociais da UFJF.
Minicurso 4: Do pensamento à imagem: quando a Arte fala
Sandra Sato – UFJF
Prova da inteligência entre os seres vivos, a comunicação promove nossa evolução ao organizar o pensamento individual para interagir com o coletivo. Ela aproxima desde culturas distintas a espécies diferentes. Ao propor a arte como um idioma de inclusão, não nos restringimos às minorias humanas classificadas, mas além. No diálogo entre estrangeiros, indivíduos de gerações ou ambientes sociais distantes, analfabetos e alfabetizados, à interação entre você e seu animal de estimação, entre o tempo presente e o passado, percebemos a força da imagem para tocar nossos interlocutores com a fluência de uma conversa cotidiana. A Arte fala.