A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) retoma o primeiro semestre letivo de 2020 nesta segunda-feira, 21. Diante da situação de excepcionalidade causada pela pandemia de Covid-19, calouros e veteranos voltarão às atividades por meio do Ensino Remoto Emergencial (ERE) em Juiz de Fora e em Governador Valadares. Por este modelo, estão sendo oferecidas 2.560 disciplinas nos 72 cursos de graduação da instituição. 

Para o reitor Marcus David, a retomada é fruto de meses de dedicação e trabalho de todos os segmentos para viabilizar a proposta de ensino emergencial. “Estaremos iniciando uma atividade que é inédita pra vários membros da nossa comunidade universitária. Para alguns, será a primeira vez que praticaremos o ensino através de meios remotos. Dificuldades, obstáculos poderão surgir, mas com competência,  dedicação e esforço que a nossa comunidade sempre demonstrou, temos a segurança de que a Universidade vai continuar caminhando no desenvolvimento das suas atividades acadêmicas, com a qualidade que sempre marcou as nossas ações.”

Com competência,  dedicação e esforço que a nossa comunidade sempre demonstrou, temos a segurança de que a Universidade vai continuar caminhando no desenvolvimento das suas atividades acadêmicas (Marcus David)

A primeira quinzena da retomada do calendário acadêmico do ERE prevê um período de acolhimento dos estudantes e a retomada do conteúdo desenvolvido em março, ficando vedadas quaisquer atividades avaliativas, como provas e demais trabalhos com este objetivo. 

De acordo com a pró-reitora de Graduação, Maria Carmen de Melo, esse tempo está previsto para ser uma fase de adaptação. “É o momento para o estudante trabalhar com a plataforma do docente e também de resgatar os conteúdos que foram trabalhados antes da suspensão das atividades. Não estão previstas avaliações rígidas, pois é um tempo para ajustes e todo mundo ficar mais tranquilo.”

Maria Carmen também aponta que o ensino remoto traz uma série de mudanças sobre a didática tradicional. Segundo ela, são esperados pequenos problemas e falhas das mais diversas ordens, mas que serão solucionadas por meio de um trabalho coletivo desenvolvido por docentes, discentes e técnico-administrativos em Educação. “Temos uma equipe grande de pessoas para dar suporte nas mais diversas áreas. Além disso, temos buscado oferecer capacitações on-line e tutoriais para os professores.” As iniciativas estão reunidas no site do ERE.

O primeiro semestre letivo vai até 27 de novembro. As aulas virtuais do segundo semestre de 2020 começam no dia 14 de dezembro e vão até 22 de março de 2021, com interrupção para o recesso de final de ano. Veja aqui.

Como as aulas funcionam na prática?

As atividades podem ser realizadas de forma síncrona (em que é necessária a participação do aluno e do professor no mesmo instante e no mesmo ambiente) ou assíncronas (em que não é preciso que estudantes e docentes estejam conectados ao mesmo tempo para que as tarefas sejam concluídas), pelo Google ou pelo Moodle, de acordo com o curso. Mesmo as atividades ao vivo serão gravadas para que fiquem disponíveis aos discentes que não puderem acompanhar as aulas. Foram criados e-mails institucionais e senhas de acesso às plataformas para estudantes e professores.

Há várias dinâmicas à disposição que podem ser oferecidas, que ficam a critério do docente e da escolha do material que ele pretende trabalhar (Maria Carmen de Melo)

“Há várias dinâmicas à disposição que podem ser oferecidas, que ficam a critério do docente e da escolha do material que ele pretende trabalhar. As avaliações também ficam a cargo do professor, seguindo a previsão do plano do curso encaminhada para os estudantes”, afirma a pró-reitora.

A sala virtual é um espaço no qual deve ser guardado o respeito que permeia a relação entre professores e alunos. Além disso, é preciso uma colaboração mútua entre os envolvidos para que sejam ajustados questões como, por exemplo, microfones, vídeos e as diferentes dinâmicas que acontecerão durante as aulas. Nas redes da UFJF, uma campanha com posts darão dicas para os usuários aproveitarem o momento das aulas da melhor forma e sem constrangimentos.

“É preciso que seja um ambiente calmo e tranquilo para que possam ser feitas as argumentações, para tirar as dúvidas e para ouvir adequadamente. As aulas estão sujeitas a legislação própria sobre o uso de voz e gravação, então, o material estará disponível para os estudantes daquela disciplina. Há uma sanção para o indivíduo que possa fazer outro tipo de uso que não o do próprio aprendizado. A norma cabe para estudantes, professores e para a própria instituição”, observa a pró-reitora Maria Carmen.

Calouros que ainda não estavam habituados à vida acadêmica ou que ainda não tinham iniciado as aulas em março podem recorrer ao guia com os principais serviços da UFJF.

Expectativa estudantil

Segundo o estudante do curso de Matemática, Vinicius Quintiliano, é nítido que a UFJF tem trabalhado para tornar o processo de inclusão digital possível para os alunos, inclusive com as iniciativas de criação de bolsas. Além disso, percebe que a modalidade de ensino é um desafio para as instituições de todo o país que se esforçam para permanecer oferecendo um ensino de qualidade. 

Espero que as atividades sejam dinâmicas e com a máxima participação dos estudantes (Vinicius Quintiliano)

“Eu me sinto otimista e confiante para recuperar um pouco do conteúdo, mas considero que o tempo sem aulas foi extremamente necessário. Espero que as atividades sejam dinâmicas e com a máxima participação dos estudantes. As comissões trabalharam bastante para a criação desse plano estratégico para dar continuidade ao nosso calendário acadêmico, até porque muitos alunos dependem unicamente do ensino que a instituição oferece”, reitera Quintiliano.

Já o estudante do curso de Rádio, TV e Internet, Davi Barroso, está preocupado se haverá sobrecarga de conteúdos. “Mas acho que se as aulas ficarem gravadas em um ambiente virtual, nós vamos conseguir nos organizar de maneira melhor e esse seria um ponto positivo. No entanto, entendo que é uma situação emergencial e ainda é algo complicado.”

Ao optaram em participar das disciplinas, os alunos assinaram um termo autorizando a captação e uso de imagem e voz durante as atividades remotas desenvolvidas pelos cursos da UFJF. As ações serão gravadas e disponibilizadas no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) para utilização restrita a fins exclusivamente acadêmicos.

Para aqueles que preferiram não aderir ao ERE, durante o período de vigência da Resolução n° 33/2020, os estudantes poderão requerer trancamento total ou parcial de matrícula, justificando a impossibilidade de acompanhamento das atividades remotas, sem necessidade de documentação comprobatória. O cancelamento de matrículas será feito sem a exigência de manutenção de inscrição em um número mínimo de carga horária.

A resolução também garante o acréscimo automático, de quantos períodos letivos forem ofertados em ensino remoto emergencial, ao tempo máximo de integralização de curso, para fins de cômputo de permanência, previsto no Regulamento Acadêmico da Graduação (RAG), e a não aplicação do desligamento do curso previsto no artigo 70 do RAG. O documento ainda concede autorização para flexibilização do número de trancamentos por disciplina ou atividade acadêmica. 

Trabalho dos conselhos e comissões para a retomada

Após a suspensão das atividades presenciais em 18 de março, a UFJF tomou uma série de medidas para que a Universidade pudesse dar continuidade às ações de forma remota. Anterior a aprovação do Ensino Remoto Emergencial para a graduação, houve a realização do Diagnóstico das Condições de Acesso Digital, a aprovação de ensino emergencial remoto para a pós-graduação, as medidas para a continuidade dos trabalhos de conclusão de curso (TCC) e dos programas  e projetos de extensão e a criação de comissões para discutir os mais diversos aspectos envolvem a situação.

O Conselho Superior (Consu) da UFJF constituiu seis comissões para tratar a retomada das atividades. Entre elas, uma foi direcionada para as atividades acadêmicas para o ensino superior e outra para as ações da educação básica. Também há comissões trabalhando para levantar a necessidade de investimentos em questões de tecnologia e infraestrutura, no processo de inclusão do segmento estudantil, em questões de infraestrutura e saúde, e uma última que analisa as condições de trabalho e os aspectos de saúde dos trabalhadores.

Em busca  de atender as demandas do segmento estudantil, o Conselho Superior (Consu) aprovou a Resolução 32/2020 ,que estabelece normas para o desenvolvimento de ações de apoio social e inclusão digital na UFJF no contexto de suspensão das atividades presenciais em decorrência da pandemia do novo coronavírus. A decisão atende a necessidade de manutenção das políticas de ações afirmativas e de inclusão que preceituam o acesso e a permanência nas universidades públicas de pessoas pertencentes a grupos sociais historicamente invisibilizados, como negros, indígenas; mulheres; LGBTQIA+; e pessoas com deficiência.

Por meio dessa proposta, a Pró-reitoria de Assistência Estudantil (Proae) oferece três modalidades de apoio ao segmento discente. Para fazer o requerimento do Auxílio Digital Graduação, do Auxílio Digital Pós-graduação ou do Auxílio Emergencial Graduação o interessado deve ficar atento aos editais disponibilizados na página da Proae.

Acompanhe as notícias sobre o Ensino Remoto Emergencial

Confira o site do Ensino Remoto Emergencial.

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