Os professores do Departamento de Física, do Instituto de Ciências Exatas (ICE), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Rodrigo Alves Dias e José Paulo Mendonça de Furtado, estão desenvolvendo um protótipo de Equipamento de Proteção Individual (EPI) para uso por equipes médicas durante o tratamento de pacientes de novo coronavírus (covid-19). 

Cúpula em formato cilíndrico permite acesso às mãos do médico por um lado e da equipe transdisciplinar, com aparelhos, por outro (Imagem: Arquivo pessoal)

A ideia do projeto é a criação de uma cúpula em formato semi cilíndrico que permite o acesso às mãos do médico por um lado e da equipe transdisciplinar, com aparelhos, do outro. Para a construção das peças são utilizadas impressoras 3D e plástico transparente, de forma que possa ser de fácil remoção para trocar de pacientes. “O EPI ajuda protegendo das gotículas de vapor que exalam do paciente, enquanto ele se encontra na maca cirúrgica, de se espalharem naquele ambiente. A idéia é proteger a equipe de saúde, pois o contaminado acaba tossindo ou escarrando, exalando essas microparticulas, e o equipamento evita essa aproximação e contágio”, explica Dias.

A intenção é aperfeiçoar o modelo de caixa e levar uma solução que possa ser produzida em larga escala pelo Brasil, em qualquer lugar que possua uma impressora 3D. Dias explica que a ferramenta cria uma forma de proteger os profissionais da saúde. “Preciso reforçar que ainda é um protótipo e que precisa ser testado pelos profissionais da área. Essa é nossa contribuição para que saibam que estamos aqui para ajudar com tudo o que temos de melhor.”

De acordo com o pesquisador, a proposta para o futuro é fazer produções diárias de várias peças, pois esta estrutura está sendo projetada para ser articulada e montada similarmente ao jogo de Lego. “Temos a intenção de testar os primeiros protótipos no Hospital Universitário (HU). No entanto, queremos disponibilizar o projeto de montagem para todos os interessados em colaborar pelo Brasil. A universidade pública tem como papel principal levar soluções e formação de mão de obra qualificada para resolver os mais diversos problemas brasileiros.”

Papel social
A proposta se deu devido a iniciativas através de grupos que começaram a utilizar essas tecnologias para ajudar no enfrentamento à Covid-19 ao redor do mundo. Desta forma, formaram-se grupos no Brasil com o mesmo intuito. No momento, o projeto tem sido desenvolvido apenas pelos professores que acompanham as recomendações das autoridades de Saúde. “Atualmente me encontro em confinamento com minha família, esposa e meus dois filhos. Logo o protótipo está sendo feito na minha casa em meio a brincadeiras, alimentação, banho, fraldas e todas as atividades envolvidas nos cuidados de um casal de bebês. A impressora  3D que utilizo foi adquirida com recurso pessoal. No entanto, utilizo a mesma para desenvolvimento de projetos junto com alunos dos cursos que ministro.”, explica Dias. 

O professor ressalta que a Universidade sempre teve o papel social de levar ensino, pesquisa e desenvolvimento para toda a sociedade local e global. Dessa maneira, a criação de equipamentos como este apresenta aos brasileiros o retorno do investimento governamental nas instituições públicas de ensino. “Venho de uma família pobre da periferia de Brasília e consegui me tornar o que sou hoje com a ajuda de vários professores ao longo de muitos anos ininterruptos de estudos. Assim quero levar essa esperança de dias melhores a todos, onde já teremos vencido a covid-19 e qualquer outra doença que assombra a sociedade hoje ou no futuro”, finaliza.

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