O Grupo de Estudos e Pesquisas em Gênero, Sexualidade, Educação e Diversidade (Gesed) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) vai realizar quatro rodas de conversa e uma mesa-redonda sobre o combate à LGBTTIfobia – ódio e preconceito contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexos. As atividades, abertas ao público em geral, acontecerão em todas as quartas-feiras do mês de maio – dias 2, 9, 16, 23 e 30 -, sempre às 19h, na Sala Paulo Freire, na Faculdade de Educação (Faced).

O professor da Faced e um dos líderes do Gesed, Roney Polato, explica que a iniciativa pretende contribuir para o enfrentamento da violência e, sobretudo, para a promoção de reflexões acerca de como são construídas as diferenças de gênero e sexualidade.  “O mês de maio tem o Dia Internacional de Luta contra a LGBTfobia, celebrado no dia 17. Foi nessa data, no ano de 1990, que a homossexualidade deixou a lista de Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde.  Nós nos aliamos à movimentação que surge pelo movimentos sociais. Associamos a LGBTfobia não a uma questão pontual das violências, mas a uma questão anterior.”

Na avaliação do professor, para barrar violências e intolerâncias, é fundamental debater a organização social e a constituição das subjetividades ao longo do tempo e das culturas. “A construção dessas diferenças de gênero e sexualidade é que formam a rede produtora das violências, dos preconceitos. A partir das experiências de LGBTfobia, discutiremos questões mais amplas da organização social e da constituição subjetiva. O intuito é fomentar esse debate dentro e fora da universidade.”

Polato acrescenta que as atividades vão priorizar os relatos e experiências de professores e estudantes da educação básica de Juiz de Fora. Os temas das rodas de conversa e mesa-redonda serão, respectivamente: Experiências de docentes LGBTTI na educação básica; Experiências de estudantes LGBTTI na educação básica; Experiências de estudantes LGBTTI no ensino superior; Experiências Drag; e LGBTTIfobia e educação escolar em debate.

“Queremos ouvir como professores LGBT vivenciam essa experiência numa escola básica, no cotidiano escolar. Também pretendemos ouvir como estudantes gays, lésbicas, trans vivenciam suas experiências de LGBT na escola. A ideia é que as pessoas exponham suas trajetórias, suas reflexões pessoais, e que isso se torne uma discussão mais ampla junto com o público presente”, destaca o professor.

De acordo com Polato, a proposta é debater  como a escola básica vem tratando as temáticas de gênero e sexualidade, quais as possibilidades e quais os desafios a serem enfrentados. “Além disso, desde 2015, temos acompanhado um movimento dentro do campo da educação, das políticas públicas, de avanço dos conservadorismos. Um avanço de grupos que querem, inclusive, vetar essas discussões nas escolas, por interferência de setores religiosos conservadores. Pretendemos realizar um evento que possa dar lugar para essas experiências. Como isso vem acontecendo, esse debate foi afetado ou não, há o enfrentamento a isso, o avanço do conservadorismo limita ou não, cria um outro contexto dentro da escola?”, questiona.

Este é o quarto ano consecutivo no qual o  Grupo de Estudos e Pesquisas em Gênero, Sexualidade, Educação e Diversidade  realiza atividades especiais, como rodas de conversa e intervenções artísticas, em maio, mês de combate à LGBTfobia. Nesta edição, a iniciativa conta com apoio da Diretoria de Ações Afirmativas (Diaaf) da UFJF.

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