geraçõesnaufjfgeraçõesnaufjf

Série de notícias aborda histórias de diferentes gerações de estudantes na UFJF

Entre os mais de 2.900 alunos que ingressaram na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em 2017, um deles desperta a atenção pela idade. Aos 16 anos, João Pedro de Paula Souza figura como o estudante mais novo da graduação.

Nascido em 16 de junho de 2000, o juiz-forano passou na Universidade em quarto lugar, no Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism), pelo grupo B – de candidatos que fizeram todo o ensino médio em escola pública, com renda per capita familiar inferior a 1,5 salário mínimo.

Calouro de Medicina, Souza poderá ser dono de outra façanha ao se formar. Caso complete o curso nos seis anos regulamentares, colará grau aos 22 anos. É apenas um ano acima da faixa etária média de quem entrou na UFJF no primeiro semestre letivo de 2017. Veja abaixo:

faixaetária-portal2

(Fonte: CGCO/UFJF)

Esta é a primeira notícia da série “Gerações na UFJF” sobre histórias de estudantes de diferentes faixas etárias na Universidade. As duas próximas serão publicadas nos dias 20 e 27 de junho. 

Adiantamento e preocupação

Joao_Pedro_Foto_Luiz_Carlos_lima_UFJF

João Pedro avalia como positiva sua experiência com alunos de faixa etária e experiência diferentes (Foto: Luiz Carlos Lima/UFJF)

Na infância, Souza já tinha sido adiantado na escola aos 5 anos, quando cursava o ensino infantil. Segundo a mãe do estudante, Maria Márcia de Paula Souza, a diretora do colégio sugeriu que o filho avançasse um ano, pois demonstrava conhecimento além da idade. “Se seguisse o ciclo normal, teria o risco de perder o interesse no conteúdo. Aceitamos, mas ficamos com receio à época, por ser uma criança. Havia o risco do desenvolvimento escolar, mas tudo correu bem.”

A aprovação no Pism, costumeiramente aliada a sentimentos alegres, teve ingredientes de preocupação, pelo menos para seus familiares. “Ficamos muito preocupados. Confesso que estava torcendo para ele passar no segundo semestre, pois estaria com 17 anos e talvez mais maduro. Ele acabou passando no primeiro. Então, agradeço a Deus cada minuto por essa aprovação e estou acompanhando muito de perto o andamento dele na universidade. Ele é novo demais para entrar nesse ambiente diferente”, afirma Maria.

A impressão de se considerar precoce para estar em uma universidade, principalmente cursando Medicina, é corroborada por João Pedro. A faixa etária média dos alunos de graduação, em geral, é de 23 anos.

Apesar da diferença de idade, o contato com os colegas de sala tem sido positivo e enriquecedor para o aprendizado. “A relação com outros alunos é muito boa. Tem quem entrou de primeira, quem fez cinco anos de cursinho ou outra faculdade. É uma troca de experiência muito boa até para construção profissional e da maturidade”, declara.

Foco

João Pedro Souza passou pelo Pism e teve uma série adiantada na escola (Foto: Luiz Carlos Lima/UFJF) Na infância, já tinha sido adiantado na escola aos 5, quando cursava o ensino infantil. Segundo a mãe do estudante, Maria Márcia de

João Pedro Souza passou pelo Pism e teve uma série adiantada na escola (Foto: Luiz Carlos Lima/UFJF)

Atualmente o estudante tem vivenciado nova fase na sua vida, tentando aproveitar todas as oportunidades oferecidas. “Passei os últimos quatro anos, largando muita coisa para conseguir chegar aonde cheguei. Deixei de viajar, de sair com os amigos. Agora estou tentando reestabelecer isso, encontrando o equilíbrio.”

Ainda no primeiro período, João Pedro não tem se assustado com “a intensa rotina de um estudante de Medicina”. Sem traçar planos para o futuro, quer se comprometer com o curso, ciente de que ter tido foco nos estudos foi o diferencial para obter aprovação no Pism. “Você tem que saber aquilo que quer, conhecer o seu balanço entre aprender, distrair e curtir. É um período apertado, mas, no fim, vai dizer que valeu a pena.”