Renato Stheling Capela Stela Matutina II - 1970 Foto Divulgação

Capela Stela Matutina pelos pincéis de Renato Stheling (Foto: Divulgação)

Buscando um olhar atento do cidadão para o patrimônio arquitetônico de Juiz de Fora, “Memorabilia Urbes”(Memória da Cidade) é a mais recente exposição do Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em cartaz a partir desta quinta-feira, dia 9.

Com a curadoria dos professores José Alberto Pinho Neves e Ricardo Cristófaro e da pró-reitora de Cultura, Valéria Faria, a mostra retrata as “reminiscências do passado” da Manchester Mineira. A proposta da exposição é  levar o visitante a observar criticamente a mudança constante na paisagem urbana.

“Memorabilia Urbes” apresenta um recorte temporal que abrange construções desde a época colonial até o século 20. Trabalhos de oitos artistas contemporâneos ocupam o espaço das galerias Retratos-relâmpago e Poliedro: Valéria Faria, Ricardo Cristofaro, Ramón Brandão, Lótus Lobo, Tereza Miranda, Roberto Vieira, Fernanda Cruzick e Nívea Bracher. As obras são elaboradas em técnicas e linguagens distintas: fotografias, vídeos educacionais, gravuras em metal, maquetes e peças antigas são usadas para questionar o que foi perdido ao longo dos anos, seja pela negligência, seja pelo tempo.

No centro da discussão da mostra está, não apenas o problema de preservação dos edifícios históricos,  mas sua relação com população, tal como define o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a categoria de “Paisagem Cultural” . Em sua definição, afirma a entidade: “Paisagem Cultural é uma porção peculiar do território nacional, representativa do processo de interação do homem com o meio natural, à qual a vida e a ciência humana imprimiram marcas ou atribuíram valores”.   

Não por coincidência, afirma Valéria Faria, a importância central de “Memorabilis Urbes” é montar um mosaico paisagístico e histórico de Juiz de Fora. “Cenários nos quais a vida da cidade acontecia são relembrados. Um exemplo é a Capela do Colégio Stella Matutina, na pintura do Renato Stheling. A demolição do prédio gerou grande comoção e revolta na época e ajudou a levantar a questão da preservação do patrimônio.”

RAMON BRANDÃO,Fazenda do Juiz de Fora, (demolido em 1946), 1980 Foto Divulgação

Maquete da Fazenda do Juiz de Fora, do artista Ramon Brandão (Foto: Divulgação)

Além da capela do Stella Matutina, a Fazenda do Juiz de Fora, o brasão da real corte portuguesa na Avenida Independência, o prédio da antiga Companhia Têxtil Bernardo Mascarenhas, a loja de sapatos Cabocla e casas típicas da cidade no século 19  também são lembrados na exposição.  

“Memorabilia Urbes” fica em cartaz até 2 de setembro, com visitação às segundas-feiras, das 12h às 18h, e de terça a sexta-feira, das 9h às 18h.

O Mamm fica localizado na Rua Benjamin Constant 790, no Centro da cidade.

Outras informações: (32) 3229-9070 (Mamm-UFJF)