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Cultura de microrganismos

Logomarcas da UFJF, Colégio de Aplicação João 23 e Grupo de Estudos e Pesquisas CiensinarDepartamento de Ciências Naturais
Programa Ciensinar/ Apoio: Pró-reitoria de Extensão UFJF – 2019

 

Material:

● 2 tabletes de caldo de galinha;
● Pilão ou objeto usado para macerar;
● 100mL de água (de preferência filtrada e previamente fervida para matar qualquer microrganismo);
● 2 pacotes de gelatina incolor;
● 1 colher de sopa de açúcar;
● Cotonetes;
● 1 placa de petri de plástico ou vidro, copinho descartável cortado ou tampa de recipiente que seja larga e baixa).

Procedimentos e perguntas:

1 – Produzir a gelatina que será utilizada para observação, com os seguintes ingredientes e da forma descrita:

* 2 tabletes de caldo de galinha (caldo Knorr) dissolvidos em 50mL água fervente;
* 1 colher de chá de açúcar

Obs.: amasse os tabletes de caldo de galinha e dissolva-os na água fervente; em seguida, acrescente o açúcar e reserve.

* 2 pacotes de gelatina incolor (dissolvida em 50mL de água no micro-ondas. Pode-se fazer no fogão também, mas não deixar ferver);

Obs.: a gelatina dissolvida, ainda morna e líquida, deve ser misturada ao caldo de carne com açúcar.

2 – Em seguida, as placas de petri são preenchidas com quantidade suficiente de líquido para cobrir o fundo, sem encostar na tampa. A placa deve estar muito limpa antes de se colocar a gelatina. Deixar na geladeira por cerca de 30 minutos para endurecer, após este período elas podem ficar à temperatura ambiente;
3 – Um cotonete será entregue e deverá escolher o local do qual fará a sua cultura de bactérias.
4 – Uma vez escolhido o local, o cotonete deverá ser esfregado sobre o lugar de onde se extrairão as bactérias.
5 – Passar levemente o cotonete “sujo” sobre a gelatina, sem abrir buracos.
6 – Identificar a placa e guardar em local fechado.

Agora, registre aqui os dados de sua experiência:

❖ Dia da montagem da cultura:
❖ Local escolhido pelo grupo para a extração das bactérias da cultura:
❖ Quem fez a coleta?
❖ Você imagina que sua placa terá, daqui a alguns dias:
(A) Poucas bactérias.
(B) Muitas bactérias.
(C) Uma quantidade média de bactérias.

❖ Desenhe o estado do meio de cultura após as observações em dias diferentes:

 

a ) Os resultados do último dia de observação foram dentro do esperado por você? Por quê?

b) Você acha que outros seres vivos podem ter aparecido na cultura, além das bactérias?

 

ORIENTAÇÕES PARA O(A) PROFESSOR(A):

Este material foi adaptado e aplicado em turmas do 7º ano do Ensino Fundamental, embora seja possível adaptá-lo e aplicá-lo a outros contextos.

A atividade, se for bem desenvolvida e trabalhada em sala, permite a observação de diversos conteúdos de forma integrada, como diversidade de microrganismos, importância dos microrganismos, estrutura de certos grupos de fungos, conceito de esporos, decomposição, percepções sobre “ambientes limpos” e “ambientes sujos”, dentre outros.

As placas devem ser montadas no dia anterior à aula e armazenadas em um local refrigerado até o momento da prática, para que solidifiquem em um local mais controlado, com pouca influência do ambiente externo, reduzindo risco de contaminação. Após a solidificação, o meio pode ser mantido à temperatura ambiente, mas não é possível utilizar estufa a 37ºC, pois o meio tende a derreter. Por isso, o experimento sofrerá interferência da temperatura ambiente: em períodos mais frios, o crescimento dos microrganismos ocorrerá em uma semana; em dias quentes, em 2 ou 3 dias.

Como é uma atividade cuja ideia é ser totalmente produzida pelos alunos, deve-se instruí-los a manterem a calma e terem cuidado para não quebrarem as placas de petri (caso sejam de vidro). Caso sua escola não seja equipada com placas de petri, podem ser utilizados copos de plástico pequenos, tampas de margarina ou latinhas para balas (encontradas em casas de produtos para festas). Um pouco de gelatina por recipiente é suficiente. É importante tampar todas as estruturas, mesmo que seja com papel filme. O ideal é que sempre se utilize material transparente. Deve-se também ter atenção ao preparo dos meios: o caldo de carne tende a deixar o meio turvo e com grumos não dissolvidos. Se for o caso, remova a maior parte deles. Caldos de galinha tendem a apresentar ervas no seu conteúdo, o que deixará o meio com aspecto “malhado” e talvez dificulte a visualização de algumas colônias. Caldos de carne bovina em geral não apresentam ervas, mas são mais escuros e podem dificultar a visualização de algumas colônias. Para muitos objetivos de aula, isso não é um problema, mas se isso constituir uma dificuldade, remova esses componentes.

Oriente os alunos a escolherem apenas um local ou objeto para ser “amostrado”, caso usem o mesmo cotonete em diferentes locais, não saberão de onde exatamente vieram os microrganismos. Caso estejam organizados em grupos, sugira que apenas um integrante saia da sala com o cotonete para fazer a “coleta” em um local ou objeto de seu interesse (privada, pia, bebedouro, chão, porta da escola, etc), enquanto os outros fazem anotações no relatório e identificam a placa com pincel atômico (as placas podem ser numeradas ou identificadas com símbolos ou letras escolhidas pela equipe, mas devem ser minimalistas). Incentive seus alunos a coletarem seus microrganismos de objetos bem próximos deles, como celular, mãos, caderno, carteira, etc. Separe uma placa controle, que servirá de comparação entre a contaminação do próprio ambiente e do objeto/local testado.

Durante a fase de observação dos microrganismos (alguns dias após a montagem), é necessário que os alunos recebam orientação para não abrirem a placa, visto que alguns microrganismos podem causar reações alérgicas, ou exalar odor desagradável. É importante reforçar que tenham cuidado no manuseio do material, para minimizar riscos de acidentes em sala. A maior parte dos microrganismos coletados provavelmente serão fungos, com algumas colônias de bactérias. Acreditamos que a própria presença do caldo de carne, embora seja nutritiva, atue inibindo o crescimento de algumas colônias. Como não se trata de um meio seletivo e o principal objetivo da aula é que o aluno pense sobre os objetos e ambientes nos quais ele acredita haver muitos microrganismos, acreditamos que isso não seja um problema, mas se seu objetivo for permitir a melhor visualização de colônias ou se deseja aferir outras condições do meio, recomendamos que outros meios caseiros sejam utilizados.

Por fim, instrua os alunos a descartarem o material em locais apropriados (o cotonete no lixo, lâminas as placas de petri em uma bandeja apropriada). Após a visualização do crescimento dos microrganismos, é importante que o conteúdo (placas + meio) seja sanitizado com água sanitária antes do descarte.

A aula prática de montagem de cultura de microrganismos é uma atividade aplicável a uma aula de 50 minutos, desde que os materiais já estejam disponíveis. As observações da evolução do crescimento dos microrganismos podem ser feitas em horário de aula ou então em horários alternativos, com a supervisão de um responsável.

Este material foi produzido pelo Colégio de Aplicação João XXIII e não representa a construção inédita e original de um protocolo de experimentação, mas reflete as experiências, adaptações e reflexões produzidas pelos professores do colégio na sua prática pedagógica. Deve ser entendido, portanto, como uma produção coletiva e em constante aperfeiçoamento. O professor é livre para reproduzir, modificar ou reportar qualquer inviabilidade deste material aplicada a seu contexto profissional, sendo vedado o uso comercial das reflexões produzidas. Este material foi disponibilizado em versão HTML para possibilitar maior acessibilidade dos roteiros ao professor, porém sua proposta pedagógica não contempla estudantes cegos. Trabalharemos para que no futuro atividades como esta sejam disponibilizadas com foco neste público.

Para mais informações, consulte a licença “Creative Commons CC BY-NC-SA”, atribuída a este material.